terça-feira, 11 de novembro de 2008

Visita ao EX-SIC

Combinado com o Aluizio e o Rocha, 9:30 da manhã chegamos a Curia em Campinas.
Encontramos lá o Cônego Veríssimo Sibinelli (Cibinel), nosso comparsa em nosso empreendimento.
Deixamos com ele a contribuição para garantir a data de 28/03/09, na casa de Eremon, para o encontro.

Como é estranho voltar a lugares que deixamos há muitos anos. Apesar de tudo estar mudado, a mente não acompanha e a gente fica enxergando as coisas como eram. Passamos em frente ao colégio Pio XII, que no lugar daquele portãozinho por onde fugíamos, hoje há uma portaria com guarda e a carteirinha, disseram que é um cartão magnético....rsrsrs...

Em seguida fomos ao prédio na R.Regente Feijó, na altura do largo do Pará, onde há 40 anos mora o Pe. Sena.
Eu estava meio nervoso com a expectativa de revê-lo após 36 anos. Tinha na cabeça aquela figura de homem forte, ereto, altivo, fala mansa, olhar inteligente... Cuida dele uma jovem senhora e uma auxiliar. Uma grande porta de vidro, no segundo andar, dá entrada a um living e a porta para o apartamento. Uma grande sala tendo a esquerda da entrada um meio balcão em alvenaria separando a pequena cozinha (apenas com geladeira, fogão e uma pequena mesa) da sala de estar com um sofá e tv. E junto a janela de vidro uma mesa de 6 lugares e lá estava ele sentado. Naquele momento havia um padre também fazendo visita. A mulher que cuida dele deixa a gente bem a vontade, passa prá gente que ele é brincalhão com ela e com um nenê, filho dela que fica lá. Disse que levam-no a passeio no jardim, na catedral, na curia...
A primeira visão pôs toda aquela imagem por terra. Bem magro, pouco resta da feição e do cabelo escovinha, mas não é trêmulo. Ao ser apresentado pela mulher ele me estendeu lentamente a mão com a palma virada para baixo e me olhou e eu senti um olhar de indiferença. Uso essa palavra na esperança de não aceitar que ele não me reconheceu, mas acho que não reconheceu mesmo. Não pelo tempo, porque trabalhei com ele na Curia, mas pelo mal de alzeimher. É a primeira vez que olho nos olhos de um sofredor desse mal e é impressionante sentir que a pessoa não sente nada... Dizem que sente... mas pela frieza do olhar penso que não. Ele não falou uma palavra o tempo todo e sempre é tratado pela senhora e por todos como se estivessem falando com uma criança. Alguns leves movimentos de cabeça deixam transparecer se quer ou não algo.
E no fim saimos de lá levando aquele enigma do tempo.... com uma sensação de impotência... Apesar de termos desistido de pedir para que ele seja levado na nossa missa, a senhora encarou naturalmente e disse que dependendo do dia, ela sabe se entender com ele, é bem possível que ela o leve.... veremos no tempo certo.

Depois fomos à mansão dos Oliveiras, almoçar. Fomos gentilmente recebidos e bem tratados pela família do irmão Aluizio.

As 13:30 h dirigimo-nos para a capela do Seminário. Agendamos com a secretária a data da missa, fizemos as fotos que vocês podem ver no álbum e fomos para a casa Eremon. Não sei o significado desse nome, mas fica em toda aquela parte que fora antigamente cedida para o Curusilho. Construiram uma Capela, uma sala grande para reuniões, um belo refeitório com uma grande cozinha.

Bem, sempre fui temeroso em voltar lá e também sempre ouvi a mesma coisa de muitos e talvez por isso tenha demorado para realizar um encontro lá. Mas posso garantir que está um lugar muito agradável. Será inclusive interessante para nossas acompanhantes pois ainda tem muito espaço para se andar, muitas árvores e jardins e será muito agradável. O refeitório é muito bem cuidado e tudo muito limpo. Será possível fazer um almoço muito agradável também. Há uma grande sala de apresentações que poderá nos fazer dispensar o auditório para fazermos a parte final. Nessa parte final pretendemos fazer um showzinho de Reminiscências. Uma parte de reminiscências literárias e outra musical. Isso tudo vamos trabalhar a partir de agora.

Ficamos otimistas e publicamos as fotos para incentivar a todos para reservarem desde já o dia 28/03/09 para essa nossa grande festa. Sabemos que uma grande maioria já nem sabe mais como se reza uma missa. Mas há uma parte que sabe. Então fiquem tranquilos que não improvisaremos nada para cima de vocês. Só pedimos a sua presença e família com a intenção de rever algumas coisas boas do nosso passado. Tentaremos realizar uma celebração diferente com hinos gregorianos, um talvez em latim e outros a moda antiga. Contamos com a colaboração de todos e comparecerem para o início as 10:00 h da manhã.

Bem, a primeira parte foi cumprida satisfatoriamente, que era o local e aprovado.

Os amigos podem nos ajudar a justificar esse blog, denominado diálogo, e no Comentários, dizerem o que acharam desse nosso novo objetivo.

Um comentário:

  1. Foi muito emocionante rever o Pe. Senna e o prédio onde passei 6 anos de minha juventude, além da bárbara recepção e "ciceroneamento" feito pelo Aluízio.

    A capela está praticamente do mesmo jeito. Sumiram os lustres e apareceram os ventiladores.

    O pátio interno também continua igual. O resto foi todo descaracterizado. Encontramos apenas partes isoladas do que foi o antigo prédio.

    Em compensação foi divertido acompanhar as discussões e palpites de qual parte teria sido o que antigamente.

    A todos que lá estiveram e os que encontramos, pelo caminho, muito obrigado pela companhia

    Rocha

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