sábado, 22 de janeiro de 2011

"Ser separado da família com 11 anos de idade me marcou profundamente para o bem e para o mal"

Ele é meu melhor amigo desde antes do ex-SIC. Muito mais racional que emocional, chega a ser contundente (ou seria sarcástico?) no que escreve.

Reservem bastante tempo para leitura da entrevista, pois caso queiram seguir os "links" que ele inseriu nas respostas, "a coisa vai longe".

Não posso dar mais dicas. O motivo vocês saberão logo abaixo.
  • Quando entrou para o ex-SIC?
No início de 1962
  • De que cidade/paróquia?
Paróquia Nossa Senhora do Amparo de Amparo-SP
  • Por que entrou para o seminário?
Minha professora do 3o. ano primário era muito ligada à Igreja. Como eu era bom aluno, e bem comportado, ela me convidou para ser coroinha, já com segundas intenções...rsrs
Quando iniciei o 4o. ano ela convidou-me para ser seminarista e, para isso, iniciar o curso de preparação para o exame de admissão. “Fui no embalo” e aceitei. Lembro-me que uma das razões foi terem me dito haver no seminário um bonito campo de futebol e sua prática diária...rsrs
  • Quantos anos tinha quando entrou?
11 anos
  • Quando saiu do ex-SIC?
Em 1967
  • Quantos anos tinha quando saiu?
17 anos
  • Por que saiu do seminário?
Foram várias as causas, difíceis de explicar. Mas a principal foi a ânsia de liberdade. Neste ano (1967) passamos a estudar no Pio XII, pela manhã, e voltávamos a tarde para as aulas de Grego e Latim. Toda segunda-feira era a mesma história: Nossos colegas contavam sobre tudo o que tinham feito no final de semana. E nós? Não tínhamos muito o que contar. Cada passo era vigiado por alguém. Cada saída tinha que ser justificada para alguém. Como, além de "caxias", nunca fui um mentiroso competente eu nada fazia fora das regras para não ser "pego na mentira". Alguma paquera? Nem pensar.
Decidi que, definitivamente, essa não era a vida que eu queria. Isso foi no primeiro semestre. Mas fiz o sacrifício de esperar até o final do ano escolar.
  • O que aprendeu no ex-SIC?
Excelente formação escolar, noções de hierarquia, organização, civilidade e treino para falar em público. As apresentações no grêmio e academia me deixavam agoniado, mas foram importantes para eu perder a inibição de me expor em público. Porém, o mais importante foi descobrir o companheirismo dos colegas e o início de amizades que foram retomadas mais de 30 anos depois.
  • O que faltou aprender?
Aprender a tratar os serviçais como pessoas e não como “mobiliário”. “Não mantenham conversas com os empregados”, foi um dos avisos que recebemos. Só após sair do seminário é que fui saber o motivo. Mas, aí o “pepino já estava torto”. Sem nenhuma alusão ao motivo...rsrsr
  • O que fez depois que saiu? Estudou o que?
Terminei o clássico em Amparo. Tentei a vida em S. Caetano do Sul, mas como estava na idade de servir o exército, não consegui emprego. Voltei para Amparo, servi o “tiro de guerra” e perdi um ano de minha vida escolar, além do dilema de servir o exército imediatamente após o AI-5.  Voltei para o ABC paulista, fiz cursinho para vestibular de economia, fiz faculdade de Matemática e Especialização em Análise de Sistemas, ambas na Fundação Santo André.
  • Qual sua trajetória profissional após a saída do ex-SIC?
Meu primeiro trabalho remunerado foi numa gráfica em Amparo (Curiosidade: Um dos proprietários da gráfica era irmão do Osnir Zocchio). Passava o dia todo arriscando ter meus dedos prensados numa impressora tipográfica. Depois fui trabalhar em uma fábrica que produzia chocadeiras para ovos. Ainda durante o serviço militar comecei a trabalhar no Comind (primeiro em Amparo e depois em S. Caetano do Sul). Já aviso aos engraçadinhos que não participei da “quebra” do banco. Ele “quebrou” muitos anos após minha saída. Saí do Comind para ser fiscal de água no DAE-SCS (São Caetano do Sul). Foi onde entendi o “espírito” de funcionário público (Meu chefe me dizia: “Não faça hoje o que você pode deixar para amanhã”...rsrsr). Trabalhei na DERSA durante a construção da rodovia dos Imigrantes. Ali entendi o “espírito” de uma empresa estatal (O secretário dos transportes era o "Candidato mais ficha limpa do Brasil"). Saí após a inauguração do trecho do planalto. Entrei na área de Tecnologia da Informação (naquele tempo chamava-se Processamento de dados) do Banco Real, como analista de sistemas, e lá fiquei por 30 anos até que em 2006 a área de desenvolvimento de sistemas foi terceirizada com uma empresa indiana de produção de "software". E eu fui "terceirizado" junto. A empresa teve que nos "aceitar" com as mesmas condições que tínhamos no banco.
Entre 1985 e 1991 exerci atividade paralela como professor de Modelagem de Dados na Faculdade Renascença.
  • Trabalha ainda?
Quando fui “terceirizado” eu já estava aposentado pelo INSS. Achei que não iria ficar nem 3 meses na nova empresa, pois estabeleci algumas condições (só trabalhos de consultoria) para continuar. Para minha surpresa os indianos aceitaram e me mantém até hoje. Acabei descobrindo que na empresa anterior eu fazia parte do “centro de custo” e nesta faço parte da “matéria prima”...rsrsr
  • Casou? Tem filhos? Netos?
Casei-me em 1982 e depois de 20 anos descasei (Redescobri a liberdade...rsrsrs).
Hoje tenho uma companheira, Ruth, porém cada um na sua casa...rsrsrs.
Do casamento resultou um casal de filhos. O Vinícius, mestrando em Física e a Patrícia, psicóloga, ambos solteiros. Até o momento sem netos.
  • Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC?
Foi a rígida disciplina que encontrei lá, e que foi sendo “aliviada” ao longo dos anos. Quando entrei, era obrigatório utilizar blusa de manga comprida na capela e no refeitório, não importando o calor que fizesse. Tínhamos que fazer as refeições em silêncio absoluto. As visitas às nossas casas eram uma vez por ano. No final tudo isso já estava liberado e as saídas eram a cada 2 ou 3 meses. Para os que moravam em Campinas, era todo final de semana. Entre uma época e outra houve o Concílio Vaticano II e um pouco de racionalidade econômica.
Outras recordações, divertidas, são algumas histórias que deixei registradas na página “Memórias e histórias” do nosso “site”.
  • Cite um personagem com quem conviveu na época e que o impressionou positiva ou negativamente.
Quem mais eu admirei e teve grande influência na minha vida foi, sem dúvida, o Pe. Sena. Em uma publicação que postei no nosso "blog" em 13/12/2008 (O dia que o passado invadiu meu presente) vocês poderão ler mais detalhes do quanto ele me influenciou.
  • Sobrou alguma mágoa? Qual?
Não. Não sobraram mágoas. Não costumo cultuar o passado. Recordar o passado só serve para explicar como e porque eu cheguei até o presente. Sempre há coisas boas e ruins a lembrar. Se fixo-me nas lembranças boas torno-me “saudosista”. Se fixo-me nas lembranças ruins torno-me “amargo”. E ambas ajudam quase nada a viver o presente e planejar o futuro. Portanto, procuro não gastar tempo demais nem com umas, nem, muito menos, com as outras.
  • Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
Esta pergunta só faz sentido ser respondida levando em conta que já conhecemos o que se passou. Sendo assim, não iria novamente para o ex-SIC, pois isso eu já sei como termina, pelo menos até o momento. Preferia arriscar outra trajetória independentemente se fosse melhor ou pior.
  • Quais as principais mudanças que a entrada (e/ou saída) do seminário provocou em você?
Ser separado da família com 11 anos de idade me marcou profundamente para o bem e para o mal. E quando sai, foi um alívio descobrir que eu não era mais obrigado a seguir uma série de normas, cerimônias, liturgias e práticas religiosas nas quais eu não via o mínimo sentido.
  • Dedica-s à Igreja Católica atualmente?
Não. Apenas compareço caso haja algum evento social.
  • Qual sua relação com a religião atualmente?
Desde a época do seminário eu sempre me esforcei para descobrir onde está a essência das coisas (Isso foi reforçado pelo Mons. Luiz de Abreu. Fiz um discurso na Academia S. Tomás de Aquino sobre “Desperdício”. Nos comentários, ele me surpreendeu ao dizer que aquele havia sido o melhor dos 4 discursos da noite porque tinha ido ao âmago do problema). Sempre direciono meus esforços em concentrar no essencial, desprezando os acessórios. Em relação à religião cheguei à conclusão de que a essência está em “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Como o “Amar a Deus sobre todas as coisas” é algo um tanto abstrato (e penso que Deus não deve estar muito preocupado com isso...rsrsrs) o que sobra de concreto é: “Amar o próximo como a si mesmo”. Tenho a convicção de que nossa principal, se não a única, missão na terra é essa. E confesso que é muito, muito difícil! Principalmente quando este próximo é nosso inimigo declarado ou velado. Mas, mesmo sendo difícil, fujo à tentação de encontrar compensações em religiões, rituais, ou que tais. Alguém pode argumentar que a religião é que dá forças para alcançar este objetivo. Pode ser, mas das que conheço, a que é mais focada nisso não é religião. É uma doutrina. Não sou espírita, mas simpatizo com seus fundamentos e ideais. Seus conceitos de livre arbítrio, lei de causa e efeito e reencarnação são mais palatáveis ao meu raciocínio. Explicam uma série de situações aparentemente sem sentido. Seus pontos de convergência com a "Teoria M" são notáveis (seriam as várias dimensões os planos espirituais?) . “Se non é vero, é bene trovato”(“Se não é verdade, é bem contado.")
  • Como você compara a sua religiosidade daquela época com a atual?
Antes eu “cumpria tabela”. Assistia às missas, até participava, rezava o terço e vivia repetindo mecanicamente uma série de atividades, mesmo sem ver muito sentido naquilo. Hoje imagino que seja mais objetivo e, espero, estar no caminho certo. Nem quero imaginar que esteja no caminho errado, pois, nesse caso, arderei eternamente(!?!?!) no fogo do inferno!...rsrsrs
  • Como você compara a Igreja Católica daquela época com a atual?
Quando entrei no seminário era a igreja pré-Concílio Vaticano II. O Concílio provocou uma grande mudança numa estrutura que estava sedimentada já há quase um século. E como toda mudança sempre há um certo tempo até “acertar o alvo”. É como sintonizar analogicamente uma emissora de rádio. As vezes fica aquém da sintonia ideal, às vezes vai além, até uma hora que acerta. Acho que ainda está, dentro dos seus propósitos, procurando a sintonia ideal.
  • O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
São a grande chance de redescobrir que somos uma comunidade com fundamentos comuns. Por vários anos nos dispersamos. Cada um foi “construir” sua vida. Agora, já "maduros", voltamos a nos encontrar para retomar a amizade, dentro de outros parâmetros e de outra realidade.
  • Alguma sugestão?
Minha sugestão é que cada um que esteja lendo estas respostas contate e incentive algum colega ex-SIC “desgarrado” a se engajar nesta comunidade. E, como nossa "Pizza do Paierão", que outros encontros regionais sejam organizados periodicamente
  • Qual pergunta você gostaria de ter respondido e que não foi feita?
É uma pergunta que só poderia ser feita agora: O que você acha da série de entrevistas publicadas?

Acho que superaram em muito minhas expectativas. Houve pérolas que ficariam no ostracismo caso não houvesse esta oportunidade.
Percebi ainda que vários colegas que sentiam ter vocação foram "convidados" a sair do seminário e eu, sem vocação alguma, instado a ficar/voltar. (Quando fui me despedir do Mons. Bruno ele disse que as portas estavam abertas e que eu "desse um tempo" e voltasse). O que será que provocava esta "contradição"? Será porque eu era muito disciplinado e "quadrado"? Fica aqui uma pergunta para quem quiser arriscar-se a responder.

  • Há algum outro endereço na internet que tenha mais informações sobre você? Algum "link" que você queira divulgar?
Além dos “links” citados acima (Memórias e histórias e O dia que o passado invadiu meu presente), há um que eu já havia divulgado há uns 2 anos. Trata-se do relato de como “encontrei-me” com o apóstolo São Tomé, devidamente registrado em foto para eliminar qualquer descrença...rsrsrs.

Quem quiser ler (ou reler) estes são os “links” (não esquecer de ver as fotos e ler os comentários, pois as provas, e parte da história, estão lá).

Parte 1:
http://indiagestao.blogspot.com/2009/01/uma-semana-em-chennai-ndia-parte-1.html

Parte 2 (final):
http://indiagestao.blogspot.com/2009/01/uma-semana-em-chennai-ndia-parte-final.html

Fotos:
http://picasaweb.google.com.br/j.reinaldo.rocha/UmPoucoDeChennaiNdia#
  • Alguma mensagem especial aos outros ex-SIC?
Só tenho a agradecer aos que aceitaram o convite e despenderam seu precioso tempo para responder estas perguntas. Também entendo os que não quiseram respondê-las, pois hoje descobri o quanto algumas perguntas são difíceis de serem respondidas.

José Reinaldo Camilotti da Rocha

Pois é. Ele sou eu! (Ou seria meu "alter ego"?)

Posso ter sido um pouco provocativo para que vocês encham o "blog" de comentários, mas fui bastante sincero.

Sem comentários anônimos, por favor. Identifique-se caso o faça como anônimo.

Esta pode ter sido a última entrevista a ser publicada nesta série. Agora aguardaremos as respostas dos que prometeram que iriam responder e ainda não o fizeram. Assim a periodicidade dependerá do fluxo de chegada de eventuais novos entrevistados.

Muito obrigado a todos que participaram; ou tiveram vontade de participar e não puderam.

Aproveito para incitar a quem queira utilizar este espaço para publicação de assuntos de interesse da comunidade que o façam. Basta enviar o texto para ex.sic.1955@gmail.com que publicaremos com o maior prazer.

Até quando surgir algum assunto que mereça publicação.

J. Reinaldo Rocha(62-67)

P.S. Minutos antes de eu postar esta publicação, vi que o Zago fez comentários dos comentários feitos sobre sua entrevista. Leiam que vale a pena! Basta procurar pelos comentários na entrevista dele. Pode ser acessada clicando sobre seu nome (José Antonio Zago) na lateral direita desta página.

8 comentários:

  1. Felizes aqueles que tem o dom da comunicação.
    Felizes aqueles que por lá passaram.
    Felizes somos nós por podermos ter participados.
    Tudo, com certeza,daria um belo livro e um excelente filme.(algúem se habilitária...)
    Valeu ROCHA.

    DURVAL 63=65.

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  2. Oi Rocha.
    Tenho certeza que esta não será a ultima entrevista.A do Benini está chegando...
    Amigo Rocha,quando não viajo tenho 2 expectativas para o fim de semana:receber a Veja e acessar a entrevista dos Ex-SIC.
    Quanta materia interessante recebemos;seria um grande desperdício interromper este processo.
    Rocha,presença constante em nossa Pizza do Paierão,reveja teus conceitos e...como diz uma torcida de futebol,NÃO PÁRA,NÃO PÁRA,NÃO PÁRA...
    Um forte abraço.

    Sebastião Costa

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  3. Olá, Rocha! Eu gosto de seu nome, ele é bíblico,ce sabe disso, melhor do que eu, ra ra r... Ce não pode ir pro inferno, não; rocha e fogo não dão certo,. Tudo isso passavam para nós in illo tempore! A sua linha de reciocínio está ótima, achei interessante. Você aplica a teologia da primeira carta de João: Se não amamos o próximo que vemos, como podemos amar a Deus que não vemos? Também, você chamou-nos à lembrança da teologia agostiniana, que reporta, também, à primeira carta de João:"Ama et fac quod vis"(Ama e faze o que quiseres).O bonito é a consciência que temos desta verdade. Concordo com você, Deus deve rir muito das nossas vãs preocupaçõe, individualistas e verticais, quando na verdade, o mandamento é amar... amar... e não se preocupar, pois o que passa daí, é "assunto de Deus". Dez e meio pela sua entrevista.Um abraço, amigão!
    Lúcio

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  4. Puxa, demorou mas o homem baixou um temporal. Mas até que o Rocha levava jeito prá padre...rs...melhor, com essa meia carequinha imaginem um monge...e olhem só o nome: Dom José Reinaldo Camilotti Rocha....rs... Mas falou sem papas na língua. Agora,vou pegar um gancho em tudo o que o JR falou e ser repetitivo, essa perguntinha: voltaria para o SIC? O que não entendo bem é que grande parte diz que foi p/ o SIC come se tivessem sido obrigados e lá suportaram uma vida quase infernal. É o que parece ao se ler as entrevistas. Mas todos acham tbém que era um dos lugares de maior nível de ensino. A vida era dura mas emocionante e cheia de tarefas, obrigações, mas lazer,esportes, teatro, cinema, musica e tantas coisas que nunca teriam acesso fora. Fico pensando que vida melhor tiveram os garotos fora. Se tirassem a parte dura aí tudo o que era bom teria caido por terra. Se suportaram ficar lá "obrigados" é porque gostavam ou não? E não se pode esquecer que Seminário Menor tinha um objetivo, peneirar vocações religiosas, mesmo que tenham deixado escaparem muitas sob os seus narizes. Então é melhor dizer: eu fiquei o tempo necessário para perceber que não tinha vocação prá padre, porque dá a impressão que tudo seria bom sem rezar, sem longas horas de estudo, sem disciplina e então, repito, perderia a essência. Porém, por outro lado, sabemos que havia muito mais por trás de tudo. O "espírito de liberdade" ronda o ser humano e muitos não suportam um cláustro. Como crianças ainda, temíamos contraria os pais, os avós. Muitas famílias tbém sabiam e confiavam no Seminário p/ dar a melhor educação e então valia até se enganar um pouco até cumprir os estudos. Na verdade tbém, acho que aproveitamos muito do Seminário e pelo jeito não demos nada em troca. Vale também encarar o drama: descobrimos muitas verdades, íntimas, pessoais, a verdade sobre a doutrinação da Igreja, quase uma lavagem cerebral que as pessoas fora nunca entenderiam. Assim como poucos de nós entendemos porque poucos colegas se tornaram padres. Acho mesmo que não entendemos verdadeiramente o que era "ser padre"....hoje está diferente...Leiam "Poemas para rezar" de Michel Quoist, o livro mais pesquisado para apresentações no Gremio. O autor passa bem o espírito dessa coisa rara, principalmente a de "ser padre". E por fim, caro Rocha, vc saiu na hora errada. Depois de 1967 é que as coisas ficaram boas....virou uma pensão...valeu JR, agora é até divertido...Grego

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  5. Durval,
    Grande palmeirense!
    Grato pelo incentivo, sempre presente em suas intervenções.
    Felizes somos nós, os que formamos uma comunidade ativa e harmônica

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  6. Costa,
    O processo NÃO está interrompido. Somente a periodicidade é que agora muda. Ficou aleatória...rsrsrs
    Concordo com você sobre o desperdício em interromper o processo. Porém sua continuidade depende de mais colegas enviarem suas contribuições. Principalmente os 52 que prometeram responder e ainda não o fizeram.

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  7. Lucio,
    Suas palavras me serviram de consolo: “rocha e fogo não dão certo”. Ainda bem...rsrsrs
    Mas, muito melhor que isso é ser considerado, por você, seu amigão. Isso não tem preço!
    Aproveito para agradecer publicamente pela entrevista e comentários que você assiduamente publica, sempre dando alento aos entrevistados.

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  8. Grego,
    Você sabe que o papel que vem desempenhando em agregar os colegas é fundamental e só pode ser feito por alguém abnegado, persistente e idealista como você. Você faz isso com paixão.
    A mesma paixão que mostra em tentar reviver aquela época filtrando as coisas ruins e concentrando-se nas coisas boas. Então, deixe-me fazer algumas observações sobre o seu “gancho” em relação aos que têm restrições sobre o tempo que frenquentaram o ex-SIC. Respondo por mim, mas talvez possa ser por mais gente. Éramos crianças/adolescentes e pensávamos como tal. Até 1965/6 vivemos em um ambiente bastante “fechado” e doutrinados para “ser padre”, com a conotação de “lavagem cerebral”(acho até uma expressão um pouco "forte") que você mesmo reconhece. Entre os que não eram “convidados” a sair, alguns (poucos) desistiam logo de cara. Outros tentavam levar até o limite de suas forças, sem desistir nas primeiras dificuldades. Penso ter sido esse meu caso.
    Concordo com você que aproveitamos muito do seminário sem dar nada em troca. Mas, isso faz parte do “risco do negócio”. A igreja estava ciente deste risco e compensava pela quantidade de meninos que entravam e tornavam-se padres. Tanto que quando verificou que esta relação custo/benefício não dava os resultados esperados alterou a forma de formação de padres. Hoje só investe naqueles que já superaram a fase do “que é que eu pretendo fazer da vida?”
    Mesmo entendendo sua ironia, volto a discordar quando você diz que sai na hora errada. Justamente por perceber que aquilo estava virando uma pensão (já no primeiro mês do novo regime um dos nossos colegas falou isso no colégio, os superiores ficaram sabendo e deu uma tremenda confusão...rsrsrs) eu percebi que o “ser padre” seria naquela realidade que se nos apresentava e não na redoma que nos encontrávamos anteriormente. Foi aí que me “caiu a ficha”. Se for assim, “não brinco mais”...rsrsrs.(Confesso que nunca li “Michel Quost") Agradeço a Deus por ter me dado esta chance, nesta fase da vida. Quantos padres não tiveram esta chance e foram até o fim, ficando muito mais difícil desistir? Tenho certeza absoluta que os ex-padres tiveram muito mais problemas (psicológicos, emocionais e materiais) para “cair fora” do que eu tive.
    Agradeço seu comentário. Deu-me a chance de me explicar melhor. Valeu Grego!

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