sábado, 27 de fevereiro de 2010

Unindo na imaginação EM 27/03/10

Essas duas fotos nos trazem a lembrança o campo de baixo, a avenida da gruta e lá no fim a Gruta.
O sujeito que bolou o Seminário sabia bem como deveria ser. Tinhamos tres praças de esportes porque éramos divididos em menores, médios e maiores.
Lembram-se do da pauta da semana? 
                            Dentro (quadras) -  campo de cima  -  campo de baixo
menores               2a. 5a.                      3a.  6a.                       4a. sab.
medios                 3a. 6a.                      4a.  sab.                      5a. 2a.
maiores                4a. sab.                     5a.  2a.                       6a. 3a.

As quadras eram no pátio interno, por isso chamavamos de Dentro. Tinha a quadra de futebol de salão, onde rolavam os campeonatos. Vizinho a ela a quadra de basquete e do outro lado duas quadras de vôlei.
O campo de cima não tinha um gramado muito bom, mas tinha o morro de onde se podia assistir muito bem uma partida de futebol. Também tinha do lado da avenida uma fila de eucaliptos, que um dia o Malvestiti e mais um começaram a cortar. Resultado é que ninguem mais podia entrar no campo descalço porque estava todo cheio de fiapos agudos de eucaliptos.
O campo de baixo tinha um belo gramado. Lembro-me bem que na volta das férias em fevereiro, ao chegarmos, ele estava com a grama que dava pelo meio das pernas, não dava para jogar. E a gente ficava louco da vida reclamando porque já não havia sido cortada. E aí, aquele senhor, lembro-me não, seu nome, cortava um pouco dia a dia e nós lá torcendo para acabar logo. E aí se começavam os campeonatos. Mas como era gostoso entrar em campo com a grama ainda bem cortadinha! Talvez alguem aí ainda tenha a mesma sensação, a lembrança do cheiro da grama verde e a bola rolando redondinha....eta tempo bom!
Ao domingos era jogo livre em todas as praças.
E no fim de tudo saiam as seleções. E os visitantes aos domingos....
Bem, tudo isso se passou entre 1955 e 1971, sendo os primeiros anos de 60 os melhores, já as regras mais flexíveis, a casa já quase terminada, mas pena que durou pouco....
AGORA, EM 27 DE MARÇO 2010 ESTAREMOS LÁ NOVAMENTE.
TUDO ESTÁ MUDADO, MAS VAMOS RESPIRAR O MESMO AR, REVER O MESMO CÉU DE TANTOS BALÕES DE JUNHO, REVER A GRUTA, ANDAR SOB AS SOMBRAS DAS ARVORES E IMAGINAR LEMBRANDO DO QUE DISSE O CARO AMIGO CAJU: ERAMOS FELIZES E SABÍAMOS....SEM SABER....

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Imaculada Campinas X São Roque

Estou transcrevendo artigo do site dos irmãos do Seminário de São Roque.
Interessante observar como éramos praticamente iguais na vida de Seminário, mas principalmente
na parte sentimental, fraterna e como ficou marcado.

O RETORNO AO SEMINÁRIO


Que cruciante expectativa a nossa, na véspera de voltar ao Seminário, que para nós era desconhecido.

Em casa, só se ouvia gritos de cá, correrias de lá em prol de aprontar as roupas e demais objetos que o seminarista deverá levar para a sua nova casa que seria o Seminário. No que tocava ao vestuário estava pronto, mas o pensamento de que íamos ficar longe da mamãe entristece o coração. Todavia fomos deitar em paz. Mil sonhos povoaram a nossa mente durante a noite. Sonhamos com homens gigantescos que queriam matar-nos; ora estávamos entre amigos conversando e por fim imaginamos, ou melhor, sonhamos com um Padre que nos chama e quando lá vamos receosos acordamos com o tilintar enjoativo do nosso despertador. Contudo a oração da manhã logo nos devolveu o estado normal

Aprontamo-nos fazendo perguntas à mãe sobre o que é Seminário. Será bom? ruim? grande ou pequeno edifício? Com estas e outras perguntas deixávamos a mãe meio atrapalhada.

Enfim pronto já para sair, o primeiro adeus de despedida é para a avó, aquela boa velhinha que nem para todos existe ainda: a primeira espada corta o nosso coração. Depois nos despedimos dos tios e até mesmo vamos dar o nosso adeus ao nosso cãozito, como compreender pudesse.

Dos nossos amigos já nos despedimos. Tristes ficávamos ao despedir de uns amigos, de outros não. Demos um último olhar à casa pequenina e viramos as costas, enquanto uma lágrima deslizava nos nossos olhos inocentes de criança!

Esta melancolia, porém, pouco durou! Ao chegar na estação e sentir o contacto daqueles que seriam uns nossos pais e irmãos outros, a nossa tristeza desapareceu. Misturamo-nos entre eles e quase nos esquecemos de nossa pobre mãe que se alegrava com o filho e já chorava sua partida.

Passaram-se uns minutos e todos já dentro do trem esperávamos a partida. A segunda espada iria agora pungir o nosso coração. Um beijo, um abraço, um adeus, uma lágrima. Separava-nos da nossa querida mãe!

O trem põe-se em movimento. Conversas agradáveis, lindas paisagens, montanhas alterosas, lagos cristalinos, tudo enfim que a natureza nos apresentava, servia para libertar a nossa alma de pensamentos tristes, recordações de brinquedos ...

Rápida transcorreu a viagem. Ao desembarcar do trem já os ônibus especiais que nos deviam levar ao Seminário já tinham encostado.

O Revmo. Côn. Reitor e alguns professores inclusive um Frei Carmelita aguardavam-nos na estação. Dado o sinal, de presto em fila subimos para o ônibus e já a caminho estávamos do Seminário. A cada segundo que passava nossa alma ia levando choques: como será o seminário, quando aparecerá? Então púnhamos a cabeça fora da janelinha do ônibus para ver se já aparecia o Seminário. De repente um grita: olha o Seminário! E todos sentimos uma alegria inexprimível ao ver da janelinha o belo edifício do Seminário.

Passaram-se alguns instantes e já o ônibus entrava pelo portão lateral do Seminário e foi dar no recreio onde todos alegres descemos. Cumprimentaram-se amigos, os novos corriam a conhecer as dependências da casa e tudo é só alegria.

À hora do almoço, todos contentes dirigimo-nos ao refeitório.

À tarde fomos arrumar as malas e por tudo em ordem.

Pela primeira vez então, em São Roque, vimos o pôr do sol. Lá longe o sol tristonho ia desaparecendo, derramando seus últimos raios sobre a terra, que já ia sendo envolvida pela densa noite abrandada em sua escuridão pela lua que surgia risonha e pelas estrelas que como crianças brincavam na imensidade do céu de cor azul pardo.

E todos nos sentíamos felizes e felizes fomos agradecer a Deus a graça tão insigne que nos concedeu: a vocação Sacerdotal!

São Roque, 13 de Março de 1949.

Walmir da Silva Gomes

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

E o vento levou

Identifiquei alguns, se os amigos conseguirem identifiquem os demais. Porém, aí está a nata que não só sonhava mas também realizava.
Ainda eram tempos áureos da Igreja, que ditava as regras de comportamento da sociedade. Quase tudo girava em torno das paróquias, quase todas as crianças iam ao Catecismo, os adultos faziam parte de congregações e rezar era ajoelhar-se e pensar em Deus.
E construiram o último Seminário Tridentino, 1955.
Imaginem construir aquele prédio todo hoje em dia. As próprias Igrejas que são construidas hoje, são em forma de barracões.
Mas o que importava mesmo era a vida, a comunidade que efervescia ali dentro.
É muito difícil para as pessoas entenderem o que era aquilo, guardado entre quatro muros.
E o Seminário Menor era uma peneira. Não só para verficar se um jovem tinha mesmo vocação para a vida religiosa, mas também para colaborar com a cultura e moralidade da educação na sociedade.
Pois foi assim que a grande maioria que passou por lá não se tornou padres mas sim grandes pessoas, talvez distantes da religião até, mas que cultivaram os bons ensinamentos do Seminário.
E cá estamos, nos reencontrando, 40 anos depois do fim e sempre recebendo novas adesões.
E nesse 27 de março 2010 tentaremos fazer uma festa especial à qual denominamos REMINISCÊNCIAS.


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Alguém na multidão

(tecle sobre a foto para ver em tela cheia)
Esta foto da peça universitário morre às oito eu estou pintado inteiro de preto entre o zani e o pe. canoas.

O Mateus era escravo e meu pai no enredo. o meu texto era grande para eu decorar ( na verdade o texto era pequeno e eu era menor ainda ) eu lia uma espécie de revista onde coloquei o script grampeado na página central ( ator que não consegue decorar o texto não vai nunca trabalhar na novela da globo).
foi a única vez que trabalhei em uma peça teatral.com certez inesquecível.
j.r.camargo
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Obrigado Dr. Camarguinho,

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Festa de 27 março 2010 - sábado

Caríssimos amigos,
Estamos a 50 dias do próximo encontro que será o 2o. a ser feito no próprio SIC.
O anterior, em 28/03/09, foi preparado com grande expectativa. Em setembro estivemos na Cúria e também visitando o Pe. Sena, que faleceu dois meses depois. Essa história está aqui no começo do Blog, mas vamos em frente, mesmo que repita coisas já ditas, afinal esse espaço é para recordar.
Sendo esse o 10o. encontro, feitos de 2005 para cá, pensamos fazer uma comemoração, ou seja algo mais planejado que simples comes e bebes. Isso está explicado no ítem EVENTOS ATUAIS, acessado na primeira página do site.

O que observamos é que nesses 10 anos, colecionamos um cadastro com aproximadamente 200 nomes, praticamente todos contatados pela menos uma vez.  E também quase todos acabaram aparecendo em algum dos 9 encontros. Porém, cada encontro teve em média 50 participantes, mais os acompanhantes. No encontro no SIC, no ano passado, compareceram aproximadamente 70 mais os acompanhantes, dando total de 105 pessoas.
Quero relembrar aqui o 1o. encontro, realizado na chácara do Sibinelli, em Jaguariuna, em 02/05/2005.
Aí a foto, alguns não apareceram nela, mas a maioria desse pessoal se manteve fiel nos encontros seguintes.
Esse encontro foi de grande expectativa porque era a primeira vez, após uns 35 anos sem nos vermos. Permanecia na cabeça da gente aquelas imagens ainda dos tempos de Seminário, dos 11 aos 18 anos de idade. Então, como estaríamos agora, aos 40/50 anos de idade?
Foi grata surpresa, mesmo os que estão de boné, ainda mantinham os cabelos, com aparencia "mais forte", principalmente na região abdominal....rs....rs....
Bem, daí pegou o entusiasmo e começamos a aceitar a fraterna amizade do Arthur Escodro e partimos para encontros em Indaiatuba, na sua bela chácara e voltamos mais uma vez na chácara do Sibinelli. Mas sempre encucado, falo por mim, porque não voltar ao local "do crime"? E então finalmente o ano passado lá estivemos.
Durante esse tempo que falta para a data, iremos relembrar algumas coisas.
A primeira foto aqui, mostra o local da Casa Eremon.
Todos recordamos, eram ali as quadras de futebol de salão e basquete. Fazia frente ao pátio de menores, onde ficavam as colunas e entre elas os carros dos padres e a famosa kombi do SIC, protagonista de muitas histórias.
Ao lado das quadras estavam, os banheiros e pátio dos maiores, uma salinha onde se guardavam os apetrechos de esportes e o material de limpeza. Outra salinha foi usada como estação de rádio, inclusive pelo pessoal do paieiro, aos domingos. No fundo, a famosa sala dos maiores, que deu o que falar. Foi entre muita polêmica entre as tres divisões, menores, médios e maiores que alguns conseguiram aprovação dos superiores e instalaram lá a tal sala, só para maiores. Mas....a gente, menores, ficava de butuca naquelas vidraças ao lado da quadra, também ouvindo as músicas que eles ouviam, dando palpites nos lances de bilhar, e deixávamos os caras irritados. Até que a sala foi democratizada, quando em 1967, foi colocada lá uma TV e durante um ano todo esperávamos ansiosamente pela noite sábado para ver a Família Trapo. Aos domingos a tarde assistiamos a Jovem Guarda, já nos seus últimos programas. Após o jantar ainda víamos Viajem ao Fundo do Mar e terminava a noite com O Fugitivo.... bons tempos!.
Ainda para relembrar, vendo essa foto, imaginando quantas emoções nessa quadra de futebol de salão. Os campeonatos eram mesmo aguerridos. E naqueles anos já na metade da década de 60, ainda haviam verdadeiros craques. E ser convocado para a seleção então, era uma glória receber no dormitório a camisa sob os olhares dos amigos invejosos.... Adversários famosos de fora, me lembro, era a turma do Seminario do Ipirianga, que de vez em quando vinha matar a saudade e tudo acabava em uma partida com a comunidade toda em volta da quadra. Outro também que aparecia de vez em quando era uma turma da Escola de Cadetes, trazidos pelo Pe.Capitão Haroldo Niero. Até o livreiro, quem se lembra dele?. Vinha todas quartas expor livros na mesa de ping-pong dos menores, não vendia nada, mas ficava até o fim dos esportes observando a bela comunidade em ação. E então resolveu montar um time de futebol de salão e volta e meia aparecia. Apanhou dos maiores e passou então a marcar jogos contra os médios... Muitas comunidades de paróquias apareciam aos domingos também para jogos...
E também na foto se vê lá no alto as janelas dos dormitórios dos maiores. Era muito legal ficar lá assistindo os jogos na quadra. ...
Pôxa, quantas coisas ficam vivas no silêncio de um abandono!
E a imaginação vai recompondo os momentos que voltam e de repente a gente se dá conta:
- Essa é a minha vida!