sábado, 4 de setembro de 2010

"Por tudo o que vivi, gostaria sim de reviver aqueles dois anos"

"Entrei no google procurando algo sobre o seminário. Li a entrevista com o Sibinelli. Lembrei-me que fui para o Sibinelli a pessoa que no seu ingresso coube a missão de lhe mostrar as coisas no seminário."

Foi assim que, recentemente, o entrevistado de hoje "descobriu" a comunidade ex-SIC.

Ele tem sido um comentarista assíduo das entrevistas dos colegas e pratica até hoje uma atividade iniciada no ex-SIC.

Qual é? Descubra lendo uma entrevista cheia de recordações marcantes. 

  • Quando entrou para o ex-SIC?
No ano de 1961.
  • De que cidade/paróquia?
Vinhedo, Paróquia Sant'Ana.
  • Por que entrou para o seminário?
Por incentivo do saudoso Monsenhor Favorino Carlos Marrone, dos monges beneditinos, saudosos, Dom Martinho, Dom Mathias e Dom Uldarico, bem como pela vida religiosa de meus pais, tios e avós.
  • Quantos anos tinha quando entrou?
10 anos e meio.
  • Quando saiu do ex-SIC?
No final do ano de 1962.
  • Quantos anos tinha quando saiu?
12 anos e quatro meses.
  • Por que saiu do seminário?
Eu tinha os estudos custeados no ex-SIC, pela Ordem de São Bento, pelo tempo necessário à conclusão das instalações do colégio dos beneditinos em São Paulo. Tal conclusão se deu para o ano letivo de 1963 e portanto teria que estar me transferindo para lá. Meus pais, principalmente minha mãe, acharam por bem que eu deixasse a vida do seminário, em virtude da minha tenra idade.
  • O que aprendeu no ex-SIC?
Foram tantas coisas. Organização, cuidado com as coisas, o privilégio de ter participado nos dois anos no coral do seminário, no primeiro ano sob a regência do então Pe. Celso Antonio Queiroz, hoje bispo emérito de Catanduva e no segundo ano, do então Pe. Hugo Antoniazzi. O gosto pela música com as consequentes participações em grupos corais são partes de minha vida desde lá, até os dias atuais. Ao lado de tudo isso a convivência com os colegas e superiores, o aprimoramento da vivência da fé, e como já citado a princípio... tantas outras coisas.
  • O que faltou aprender?
Se as propostas dos superiores para conosco não surtiram todos os efeitos na época, no decorrer da minha vida, com certeza foram aplicadas nas diversas situações que se me apresentaram.
  • O que fez depois que saiu? Estudou o que?
Concluí o antigo ginasial em ginásios estaduais, em Vinhedo e Valinhos. Fiz o curso de técnico em contabilidade na Escola Técnica de Comércio de Valinhos e a faculdade de ciências econômicas das Faculdades Anchieta de Jundiaí.
  • Qual sua trajetória profissional após a saída do ex-SIC?
Trabalhei por 1 ano e meio como contínuo numa agência bancária em Vinhedo. Por pouco mais de 5 anos numa indústria em Vinhedo exercendo diversas funções administrativas. Já na função de contador, trabalhei por 13 anos e meio numa rede de loja de departamentos em Valinhos. Por outros 11 anos e meio exerci a mesma função em uma indústria em Valinhos e Vinhedo. Atuei ainda como contador num estabelecimento hospitalar em Vinhedo.
  • Trabalha ainda?
Apesar de aposentado desde 1997, trabalho ainda, hoje no departamento de recuperação de créditos de uma rede de supermercados.
  • Casou? Tem filhos? Netos?
Tive a felicidade ímpar de me casar em 1977, portanto há quase 33 anos, com a Sra.Olinda Teresa. Tivemos três filhos maravilhosos... Antonio Luciano, Davi Fernando e Samuel Paulo, casados respectivamente com Kátia Aparecida, Aline e Adriana, igualmente maravilhosas. O Samuel e Adriana nos deram o Lucas Fernando, alegria de toda a família, que vai completar 2 anos no próximo dia 7 de Agosto.
  • Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC?
As nossas participações nas missas da catedral; minhas participações como coralista nas cerimonias religiosas e festivas; os passeios que tínhamos periodicamente; a disciplina em todos os sentidos que nos era cobrada e que foi aplicada por toda a vida; o que nos era ensinado em termos de vivência de fé; os terços que recitávamos aos sábados ora em latim, ora em português em procissão ao redor dos campos e quadras, pelo claustro; o canto do "Lembrai-vos" que cantávamos depois da oração da noite... música tão linda quanto triste na sua composição em tom menor; as visitas de Dom Paulo de Tarso Campos.
  • Cite um personagem com que conviveu na época que o impressionou positiva ou negativamente.
Personagens que me impressionaram sempre positivamente foram tantos... seria impossível citar apenas um...os saudosos Monsenhores Bruno Nardini e Luiz de Abreu, Pe.Gaspar, Côn. Luiz de Campos (que saudade de suas histórias, das suas brincadeiras, dos brinquedos que nos fazia, dos jogos de pingue-pongue). Dos ex-colegas, como não citar o que "aprontava" o Fernando Benini; o "paternalismo" do Lúcio Rosa para conosco, alguns pirralhos que dele nos acercávamos nas raras ocasiões em que se permitia a "mistura" de menores, médios e maiores; o Duarte com seus "causos" de pescaria da sua Monte Mor... da sua canhotinha no jogo de pingue pongue: o caminhar compenetrado pelo claustro do hoje Côn. Veríssimo Sibinelli, ostentando sua batina diferente da nossa... uma cor que ia do vermelho ao roxo, pois servia o altar nas cerimônias da catedral; os colegas do coral... enfim, todos os demais com os quais convivi e que foram para mim muito especiais, e que de uma ou outra forma, me impressionaram positivamente.
  • Sobrou alguma mágoa? Qual?
Nada... tudo... tudo de bom.
  • Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
Por tudo o que vivi, gostaria sim de reviver aqueles dois anos. Talvez alguns mais seriam bem vindos. Foi muito bom estar lá.
  • Se dedica à Igreja Católica atualmente?
Continuo a me dedicar. Jamais deixei de dar ininterruptamente minha colaboração em tudo que pude no tempo em que morei em Vinhedo, na Paróquia de Sant'Ana. De 1981 até 1999, já morando em Valinhos, na Paróquia São Cristóvão, me dediquei muito em diversas pastorais. Por motivo que não vale a pena comentar, deixei de exercer atividades em pastorais. De 1999 a esta data me dedico às coisas da Sociedade de São Vicente de Paulo e na participação em grupo de canto.
  • Como você compara a sua religiosidade daquela época com a atual?
Era muito mais marcante pelo exemplo dos pais e dedicação dos sacerdotes. Pouco se exige dos jovens de hoje em termos de uma participação mais ativa em tudo que diz respeito ao crescimento espiritual.
  • Como você compara a Igreja Católica daquela época com a atual?
Existia por parte do clero maior presença na vida do povo de Deus. Atualmente existe uma abertura para a participação mais ativa dos leigos, a princípio pelo que lhes garante o múnus batismal e depois pela necessidade de se empenhar no acolhimento às necessidades do povo. Vejo com uma certa tristeza, para não dizer grande, por algumas vezes o menosprezo por tantos do clero. ante aos anseios do povo.
  • O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
Nunca tive oportunidade de participar. Creio que tenham sido gratificantes.
  • Alguma sugestão?
De momento, não.
  • Qual pergunta você gostaria de ter respondido e que não foi feita?
Nossa... foi uma saraivada... está de bom tamanho. (risos)
  • Há algum outro endereço na internet que tenha mais informações sobre você? Algum "link" que você queira divulgar?
Nenhum a não ser o seguinte e-mail: fernando.crivellari@ig.com.br
  • Alguma mensagem especial aos outros ex-SIC?
Apenas mandar o meu abraço e me colocar à disposição para troca de correspondência através do e-mail acima.

José Fernando Crivellari


Agora você pode enviar uma correspondência para o seu e-mail ou então tecer seus comentários neste "blog". Nunca é demais lembrar: Se comentar como Anônimo, por favor, identifique-se.


Lembro que ainda está aberta a votação para a escolha da rede social mais apropriada onde criar o grupo de inte(g)ração do ex-SIC.

A participação, até o momento, está pequena mas esta será a última semana. Depois partiremos para a criação do grupo.

[]'s a todos e até a próxima

J. Reinaldo Rocha (62-67)

3 comentários:

  1. Olá Jose Fernando.
    Tal como voce, eu também tomei conhecimento por intermédio da Internet.
    Depois por contato o GREGO, e a partir do IX ENCONTRO, é que pude encontrar alguns EX SIC.
    45 ANOS DEPOIS E TUDO FOI MARAVILHOSO.

    DURVAL 63/65.

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  2. Eta, Crivellari, parabéns por ter-se saído bem nas "saraivadas" rsrsrsrsr!! Como você viveu intensamente os dois anos de seminário! Bonito testemunho e, obrigado pelo "p-a-t-e-r-n-a-l-i-s-m-o",srsrsr sei lá, era meu jeito de ser, fazia parte da espiritualidade da época, né? Um abraço e que Deus nos abençoe.
    Lúcio

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  3. Interessante, amigos que ficaram pouco tempo no SIC, mas suficiente para terem nas lembranças coisas muito especiais que não parecem comuns nas vidas das pessoas. Vinhedo, em 1961 tinha o Cutuba, Luigi Humberto Verardo, grande organista e pianista, mas ele era da turma de 1957 ou 1958. A turma de 1961, na 1a.série tinha o Amstaldem, o Piuca, o Caio, o Mateus...vejam o álbum. Esperamos que o Crivellari apareça para revê-los em encontro futuro.
    Grego

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