Hoje não há como fazer suspense sobre quem responde às perguntas. Qualquer coisa relevante que eu escreva sobre ele vocês logo saberão de quem se trata.
Ele é quem mantém a união desta comunidade. Prepara os encontros, telefona para quem não tem e-mail, escreve cartas para quem é reticente a e-mails e telefonemas, preocupa-se com quem não pode arcar com as despesas e tenta agradar a “gregos e troianos”.
Leiam uma entrevista repleta de reminiscências saudosas e alguns desabafos.
Como estamos no “mês do centenário” do Corinthians, esta publicação é mais que uma entrevista. É uma homenagem que prestamos a ele. Leiam a entrevista e entendam o porquê.
Todo grupo que se mantém por tanto tempo precisa de pelo menos um componente que o lidere e o aglutine. E “esse é o cara”:
José Cláudio Grego
- Quando entrou para o ex-SIC?
1965 na 1ª. Série ginasial.
Nasci em uma Fazenda/Usina de Açúcar que pertencia à paróquia São Sebastião de Limeira-SP.
- Por que entrou para o seminário?
Meu pai era o Capelão da Capela da fazenda e fui pegando gosto pela coisa.
- Quantos anos tinha quando entrou?
Acabava de completar 12 anos de idade.
Em julho de 1973, quando cursava Administração. Éramos 5, sob a batuta do Daólio e morávamos na ala dos padres desde o ano anterior quando o SIC foi entregue à PUCC. O pessoal que ainda estava no PIO XII foi morar onde era a clausura das freiras, sob a batuta do Canoas.
- Quantos anos tinha quando saiu?
Tinha 20 anos de idade.
- Por que saiu do seminário?
Até hoje me faço essa pergunta e só sei imaginar que fui (fomos) levados a uma situação de quase abandono, pela nova orientação do Concílio em criar "casas de formação". Foi quase uma situação de sobrevivência tentando encontrar um novo rumo na vida.
- O que aprendeu no ex-SIC?
Evidentemente, o estudo regular no Seminário era o ponto forte que interessava às famílias ao enviar um garoto para o internato. Era sabido que lá se aprendia por força da disciplina, pela tradição da Igreja com seus doutores e sábios. Uma das coisas que me chamou atenção, logo de cara, foi a forma de estudar com o "estudo dirigido". Todos devem se lembrar que já no começo do ano eram formadas equipes nas turmas. Quase todos os professores se utilizavam dessas equipes para fazer com que a matéria fosse aplicada. E a gente aprendia com o professor e com os próprios colegas. Era comum ser chamado para apresentação de trabalho, aula da fala e o Professor Bruninho, certo dia até me deixou preparar e dar uma aula de ciências, ainda na 2ª. Série ginasial. Poderia ficar citando muitas coisas que aprendi, mas para resumir, o ponto forte era a formação do caráter e moldagem da personalidade.
Aprender não é bem o termo, correto seria: como ser o mesmo nesse mundo sacana.
- O que fez depois que saiu? Estudou o que?
Nossa situação, os últimos do velho SIC, não foi bem "o depois". Fomos saindo devagar. Aliás, desde que se iniciou o colegial no Pio XII que parecia que a Cúria apenas nos suportava e só faltava dizer: quando vocês vão embora? E fomos indo um a um. Eu, p. exemplo, arrumei um emprego e quando me senti seguro, saí. É bom dizer que muitos dos que iam a frente davam uma mãozinha e assim, graças ao Bressan (Caju), que já trabalhava no recrutamento da GE, levou-nos para lá, Talpo, Fadel e eu. A GE foi um grande aprendizado, maior que a própria faculdade. Quando anunciaram que ao ir para a Faculdade não seria mais obrigatório o curso de Filosofia, me vi perdido. Passei toda a minha adolescência e parte da juventude direcionado para Filosofia e Teologia. Mas os colegas diziam: agora estamos por conta própria e estudar Filosofia não iria nos arrumar emprego. Na área de Humanas o que mais abriria rapidamente as portas seria Economia. Isso não me animou nada, mas para não perder o bonde optei por Administração.
- Qual sua trajetória profissional após a saída do ex-SIC?
Foram 5 anos na GE, iniciando como estagiário no Controle de Produção e depois como Programador de Produção. Interessante foi que durante o primeiro ano, ainda morava no SIC e o Pe. Faur dava carona todo dia de manhã para irmos até a cidade pegar o ônibus da empresa. Na GE, por algum tempo, ninguém soube que éramos seminaristas. Quando aconteceu já estávamos morando em uma república, na cidade. Depois da GE voltei para Limeira, para trabalhar na Rockwell. Ali também, iniciei um trabalho solitário de autodidata aprendendo micro-informática. E me tornei Analista-Programador e Analista Pleno na área de Administração da Produção.
Há 14 anos tenho uma microempresa, com um sócio, de injeção de plásticos. Começamos com uma injetora manual e hoje temos 3; acabamos de comprar uma nova e nosso faturamento vem sendo aumentado de ano a ano. Coisas do destino, porque a noite chego em casa e pego livros de Historia e Filosofia, vai entender...
- Casou? Tem filhos? Netos?
Casei em 1977 e tive 2 filhos e fiquei viúvo em 1993 e me casei de novo em 2004 e agora é só tranqüilidade....Ops...está difícil é conseguir a aposentadoria do INSS....
- Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC?
Duas coisas me marcaram nos tempos de SIC. A primeira é muito questionada pela maioria do pessoal: o local, ou seja, a casa e sua arquitetura. A forma como se tinha tudo no lugar no momento que se precisava. Era como uma micro cidade. Eu vivia livre na fazenda, sob sol, chuva, longas estradas, terra e natureza. De repente, entrar naquele prédio fechado por 4 muros ia parecer uma tortura. Mas lá havia dois campos de futebol e só isso já deu uma amenizada....rs...rs. Mas tenho ouvido atualmente, dos nossos colegas, muita rejeição pelo prédio. Fato é que só consegui fazer o primeiro encontro lá depois de 7 outros e mesmo assim, já ouvi recomendações que lá não é um local para confraternização dos ex-SIC. Pudera, como está mutilado! Mas por outro lado, havia a Comunidade. E essa sim, parece unânime que deixou marcas e saudades. Evidentemente as melhores recordações são de amigos. Aqueles que acordavam ao lado da gente todo dia, nas refeições, nas aulas, pelos corredores, na Capela e o que me marcou mais eram as horas de recreios, sentar lá na escadinha do campo de baixo e então conversar abertamente com os amigos. Os problemas, as rotinas, os medos e desapontamentos, receber conselhos, recordar as famílias, etc. E como cenário de fundo, ficar olhando por sobre os muros, as colinas, o horizonte e o largo céu azul. Era a forma de contatar a liberdade e se lembrar que havia outro mundo lá fora. Mas o mais duro mesmo era na virada dos anos, a gente voltava às escadinhas e via o grupo diminuindo. Imaginar, depois de estar ali, o amigo longe, punha a gente em xeque. Senti muito a saída de um dos melhores amigos, o Mario R Marostica. Quando anunciou que não voltaria mais, depois de 4 anos fiquei tremendamente abalado. Demais, cada atividade teve seus fatos marcantes: o dia em que o Pe. Nadai, colocou meia comunidade pra fora da Capela, durante a missa. Estão todos dormindo, vão dormir lá fora! – berrou ele. O dia em que o Mons. Bruno entrou no refeitório de manhã e fez todo mundo subir para o dormitório. Lá, não havia uma cama arrumada, ele puxou as roupas de cada uma e nos fez arrumar tudo de novo. A greve(!) que fizemos na 4ª. Série, protestando contra o Dom Mathias, que queria os 50 verbos regulares de inglês, para o dia seguinte. O Daólio prefeito de estudos precisou muito tato para conciliar-nos com o monge. Dedurando, o nosso líder era o Wilson Fonseca....rs...rs. São incontáveis as recordações marcantes. Foram anos que levaram toda a melhor fase da vida da gente!
- Cite um personagem com que conviveu na época que o impressionou positiva ou negativamente.
Citar um seria injusto. Eu me impressionava muito com todo o pessoal Maior. Tudo o que faziam eram espelhos pra mim. Especialmente essa seleção: Sawaya, Boi, Bié, Gesse e Bartolo, Raul e Paulo Provinciato, Chico Fumaça, Vicentim, Visiack e Divino. Os personagens mais marcantes só poderiam ser o Mons. Bruno. Quase não aparecia e quando aparecia, mudava o comportamento de todos imediatamente. O refeitório se silenciava, a gente já olhando se os sapatos estavam limpos, os cabelos penteados, se havia “paperzinhos” jogados por perto. Por outro lado, fazia tudo o que podia para dar tudo o que precisávamos. O segundo personagem, folclórico, esquisito, foi o Cônego Luis de Campos, totalmente atuante na Comunidade, do jeito dele. E como não mencionar aqueles dois que estavam o tempo todo de olho em nós, e foi por anos a fio: os dois ministros que na minha época foram: o Pe. Faur e o Pe.Canoas.
- Sobrou alguma mágoa? Qual?
Não se trata de mágoa mas de decepção. A primeira foi quando em 1967 anunciaram que não haveria mais o Colegial no SIC e começamos então a ir para o Colégio Pio XII. Consequentemente a turma que deveria ir para São Paulo, foi para a casa do Pio XII e estudar na PUCC. Era o inicio da decadência. Ao mesmo tempo os alunos do ginásio que moravam em Campinas e redondezas passaram a semi-internos. Então, a noite e nos finais de semana, os lugares deles ficavam vazios; foi algo triste. Outra decepção foi quando os Conselhos do Ginásio e Colegial se reuniram com os Ministros e veio a bomba: a missa não seria mais obrigatória diariamente. Quem não quisesse, podia faltar. E a “mágoa” maior foi que quando decidi sair (+Talpo+Massamitsu), saí, ninguém notou e nem havia alguém para dizer Adeus. Apenas avisamos o nosso responsável.
- Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
Eu iria sim, porque acho que me dei bem, mas para aquele tridentino, não nesse modelo atual. Agora, não deixaria meu filho ir. Parece contraditório, mas não é. Está evidente que naquela época havia a certeza de nossos pais em estar doando um filho para Deus. Era algo levado mais a sério e havia toda uma confiança na estrutura da Igreja. Como eu, como pai, não tenho essa mesma convicção nos dias de hoje, fico arrepiado em pensar em meu filho, aos 12 anos, passando dias e noites dependendo de outras pessoas e tendo que se virar com seus problemas.
- Quais as principais mudanças que a entrada (e/ou saída) do seminário provocou em você?
Como fiquei no SIC dos 12 aos 21 anos de idade, nem podemos dizer que houve mudança, mas como digo sempre, fui educado lá e todos os meus problemas e decisões foram tomados lá, como é dentro de uma família. Então, sou o que o SIC me fez.
- Se dedica à Igreja Católica atualmente?
Dedicar também não é a palavra ideal, pois apenas freqüento as missas de sábado a noite. E só vou porque gosto de estar no recinto da igreja e meditar. Mas é uma barulheira!
- Qual sua relação com a religião atualmente?
Entendamos Religião de duas maneiras. A primeira, quando vou à Igreja para participar dos cultos. Mas só vou à Missa e as vezes parece enfadonho algumas partes, que são meras repetições, como recitar o Credo. Algo tão importante, mas é tudo maquinal, creio nisso e creio naquilo e eu vou pensando se realmente creio, mas como todos passam rapidamente sobre isso, lá vou eu também. As leituras também são importantes, bem como a homilia comentando, mas todos dormem enquanto o padre fala. Duvido que alguém consiga repetir algo que ele disse, por isso eles só falam uns 10 minutos. ....
- Como você compara a sua religiosidade daquela época com a atual?
Essa pergunta completa a de cima. Religiosidade seria a forma mística que todos temos ao apreciar a vida. Podemos não praticar nada, e dizem que falta a Fé, mas na verdade sempre desconfiamos que deveríamos crer em algo. E aquela forma pré estabelecida nos catecismos já ficaram para trás, e hoje estou cheio de perguntas e não me importo com a Fé. Se foi Deus quem me fez e tudo me dá, agradeço todo dia.
- Como você compara a Igreja Católica daquela época com a atual?
Essa pergunta também completa o pensamento da anterior. Antes das mudanças que começaram nos anos 60, a Igreja conseguia manter nos corações de seus fiéis a idéia que éramos pecadores, mas Deus era de infinita bondade e nossa maior recompensa era nos assegurarmos, através de boas obras, que um dia nos recebesse junto a ele. E assim, as formas de manifestar isso, era erguer os olhos para o altar, era a meditação, a contemplação, a oração profunda e individual. Mas de repente, o altar se virou para o próprio povo, as mensagens passaram para apelos terrenos e surgiram novas “teorias” em prol da felicidade por aqui mesmo. E foi nessa trilha que surgiram as outras Igrejas que estão por aí, que mais parecem um consultório psicológico. Nada de querer encontrar Deus um Dia, lá no céu. E hoje, os amigos podem notar que há um grande conflito dentro da Igreja. Ainda estão vivos os últimos remanescentes da cultura tridentina. São ainda velhos padres e os Bispos que tentam manter um pouco de tradição. Mas não conseguem deter o avanço da nova geração de padres, que nem sabem como formá-los. Certo ou errado, verdade é que isso faz parte das mudanças do comportamento da Humanidade. Há uma velha Igreja desaparecendo e outra surgindo. Eu não faço parte dela.
- O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
Como iniciador do grupo, acho ótimo e até gostaria que pudéssemos fazer mais....
Sim, que os amigos se sentissem mais a vontade para participar dos encontros, comentassem na internet , dessem idéias e colaborassem. Por exemplo, precisamos encontrar novos locais para encontros e organizar mais eventos para superar essa fase que chegamos após 10 encontros, que deixou tudo já meio passado. Já não temos mais todo tempo do mundo e se tivermos que fazer algo precisa ser agora.
- Qual pergunta você gostaria de ter respondido e que não foi feita?
Qual a sua verdadeira religião? E eu responderia.... Corinthians!.... Brincadeira....rs...rs....
- Há algum outro endereço na internet que tenha mais informações sobre você? Algum "link" que você queira divulgar?
Meu não tenho nada, mas nosso e quero reforçar, no site, estão todos os textos que escrevi e as fotos que me foram mandadas, em dezenas de álbuns e os vídeos dos encontros e agora a mais feliz das idéias que não foi minha, mas do JRRocha, que são essas entrevistas. A ação mais efetiva de comunicação entre nós.
http://sites.google.com/site/exsicampinas
- Alguma mensagem especial aos outros ex-SIC?
Não temos mais expectativas de novos encontros até encontrar novas idéias. Isso não descarta a idéia de se fazer o tradicional almoço e bate-papo e que alguém lidere isso. Atualmente não temos planos para isso, pelo menos para esse ano.
Imagino que agora vocês conhecem melhor a sua personalidade. E perceberam que ele não aprecia a indiferença. Portanto, aos comentários.
Comentem a vontade, desde que não esqueçam de identificar-se no caso de comentar como “anônimo”.
Hoje encerramos a pesquisa sobre onde criar no nosso grupo de inte(g)ração. A próxima etapa é criá-lo no "facebook". Após a criação enviarei instruções por e-mail.
Até a próxima.
J.Reinaldo Rocha(62-67)
GRANDE GREGO:
ResponderExcluirVoce, foi o primeiro dos EX SIC. a quem eu tive o prazer de encontar.Mesmo os daqui de minha cidade, eu não os via, e muito menos os encontrava.Nosso primeiro contato, foi por telefone e aí começaram as coordenadas sôbre o
IX encontro lá na chácara do Escodro em Indaiatuba.
Descobri o Trevisan, e fomos até sua residencia, para pegarmos uma carona.
Seu "instinto ou doença de C O R I N T H I A N O",me chamou de Rivelino(lembra ?)
GREGO: As suas respostas ao questionário, pode ter certeza, estavam sendo muito aguardadas.
abraços,
DURVAL 63/65.
Jovem Grego, muito bem. Então os 5 últimos seminaristas (se é que ainda o eram) estavam sob minha "batuta" até 1973 ... Você diria que formávamos uma orquestra desafinada? Por que? O maestro não entendia nada de música? Os músicos não sabiam tocar seus instrumentos? Ou a culpa seria das partituras que vinham desencontradas ... ?
ResponderExcluirAbraço. Daólio. Continue jovem.
Aí, Grego, esteve na GE, né? Eu tb estive lá, em 74 ou 75, disto não me lembro, mas foi lá que encontrei o Talpo. Eu prestava serviço temporário na GE. É, meu jovem, eu achei muito melancólica a sua descrição da queda da Bastilha, ôpa! do fim do Seminário!RSRSRRRRSSSS, eu não gostaria de ter estado em seu lugar naquela ocasião, mas não mesmo! Vc achava esquisito aquele prédio? É que vc não foi para o Ipiranga. Quando fui visitar o Seminário Central do Ipiranga, me deu um baixo astral muito grande e eu lutei muito para ficar em Campinas no Seminário dos Estigmatinos junto com o Guedes e o Lota. Mas não deu. Eu não tinha estrutura para trabalhar(em quê?, como?) e fazer filosofia nos Estigmatinos. Fui para o Central do Ipiranga, não tinha jeito, e acabei gostando de lá. Era bem diferente do nosso aqui.
ResponderExcluirGostei da sua entrevista, mas não sabia que nossos encontros estão suspensos! Entramos na rotina?
Um abraço e até mais ver.
Lúcio
Prezado Grego
ResponderExcluirNão tenho feito manifestações por absoluta falta de tempo...
Não tenho ido aos encontros de ex-SIC por incompatibilidade de agenda.
Meus trabalhos estão aumentando a cada dia.
Em 2007 recebi a graça de ser ordenado Diácono e isso fez com que meu tempo diminuisse ainda mais com a dedicação mais direta nos afazeres da Igreja.
Senti-me honrado com a menção a mim em seu depoimento, e quero que saiba que tenho profundas considerações por você: pessoa sensata, brilhante, segura, cortêz, amigável, sensível.
Como disse o Daólio, continue jovem.
Um abraço.
Mário R Maróstica
Esclarecendo o título da minha entrevista: saí, ninguém notou e nem para dizer Adeus. Acabou parecendo que estávamos abandonados, mas ao mesmo tempo eu disse que estavamos sob a batuta do Daólio e Canoas. Então faço justiça: vivíamos anos de chumbo na Igreja também. As mudanças não afetaram só seminaristas, mas também os padres. Quando eu disse saí, falei por mim, mas também haviam outros e entre eles a maior leva de padres, da já conhecida crise sacerdotal também. O abandono, penso que nem foi pela Curia e sabemos que o proprio Dom Antonio relutou em colocar as mudanças em prática. A culpa seria então do Concílio, do Papa, mas nem isso poderia se dizer. Foi algo tão profundo, nos anos 60, que mudou a forma de pensar, sentir, agir e veio atraves de moda, musica, cultura, guerras, revoluções e nem a Igreja pode impor senão mudanças. Fatos: Imaginem o Monsenhor Bruno deixando a Reitoria do que foi a menina dos olhos dele. Como deve ter sido frustrante para ele. Os grandes mestres e superiores de quem até hoje nos orgulhamos já não tinham mais a quem ensinar. Imaginem, toda a grandeza do Cgo. Luis, colocado em um paróquia, longe das salas de aulas, digo, da educação religiosa. O Pe. Sena, guardando toda sua astucia matemática e passando a administrador da Curia. Pois então, moravamos naquele meu ultimo ano, o Pe. Sena, o Faur, que esperava alguma definição, depois de Ministro Disciplina, o Gastão, pároco no bairro, o Pe. Longui, com alguma doença, o Pe. Pessoto, tentando encontrar novos candidatos para o novo modelo de Seminário e o Pe. Daólio, que nos orientava. E no meu ponto de vista, na época, também estavam a espera de alguma definição para suas vidas. E deu no que deu,com excessão do Sena e Cgo.Luis, todos deixaram a batina e só eles podem dizer o que no fundo sentiram. Ao tocar em tudo isso, já é passado morto, eu esteja me revelando muito sentimental mas é História e até Sociologia. E essas entrevistas caem bem revelando os fatos por quem os viveu.
ResponderExcluirGrego, o entrevistado.