domingo, 11 de julho de 2010

"Imagino, que a sociedade mudou e a Igreja, nem tanto"

Se eu informar que ele tem emprestado sua chácara para vários de nossos encontros, a maioria já saberá quem é nosso personagem de hoje.

O que pouca gente sabe é a maneira mais que inusitada de como ele saiu do seminário.

-Qual foi?

- Ah! Só lendo as respostas diretas e econômicas de:

José Arthur Escodro
  • Quando entrou para o ex-SIC?
1961
  • De que cidade/paróquia?
N. Sra. Candelária, Indaiatuba.
  • Por que entrou para o seminário?
Sonho materno de ter um padre na família, dado que freqüentava a paróquia e era coroinha.
  • Quantos anos tinha quando entrou?
10 anos.
  • Quando saiu do ex-SIC?
Ao final do ano de 1965.
  • Quantos anos tinha quando saiu?
15 anos.
  • Por que saiu do seminário?
À época os repetentes tinham que sair. Simplesmente esqueci de comparecer para a prova de segunda-época de matemática, realizada no período das férias de fim de ano . Marcada nova data apenas para que eu a fizesse, compareci e, naquele momento, decidi sair. Simplesmente assinei a prova, sem responder às questões.
  • O que aprendeu no ex-SIC?
Creio que, principalmente disciplina. Aperfeiçoei, ainda, o gosto pelos esportes, aprendi a conviver em comunidade e, certamente, fui beneficiado no futuro pela qualidade dos estudos. O ambiente vivido era propício para semear posturas adequadas aos alunos, se estes, naturalmente, estivessem abertos aos ensinamentos que ali obtivessem. Penso que foi o meu caso, em face da minha personalidade.
  • O que faltou aprender?
Difícil responder, dado que haveria necessidade de comparar com o que teria aprendido fora dali. Voltando aqueles tempos, creio que nada.
  • O que fez depois que saiu? Estudou o que?
Fiz escola técnica de comércio e depois o curso superior de Ciências Contábeis.
  • Qual sua trajetória profissional após a saída do ex-SIC?
Comecei a trabalhar em serviços administrativos de empresas logo após minha saída e a estudar a noite, até os 24 anos, quando iniciei carreira em firma de auditoria independente, atividade que exerci, em todos os seus níveis (de assistente a sócio), durante 15 anos. Fui professor durante alguns anos em escola superior de administração (a FGV-SP) em cursos de extensão universitária, tive uma pequena passagem (2,5 anos) por órgão governamental responsável pela supervisão do mercado de capitais como diretor (a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, que tem jurisdição sobre bolsas de valores, companhias abertas e auditores independentes) e, depois disso e até o presente momento, iniciei carreira solo de consultor nas áreas afins.
  • Trabalha ainda?
Sim e espero continuar a fazê-lo nos próximos anos.
  • Casou? Tem filhos? Netos?
Sou casado, tenho duas filhas e nenhum neto.
  • Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC?
A vida em comunidade, os estudos e, naturalmente, a prática dos diversos esportes que aprendi.
  • Cite um personagem com que conviveu na época que o impressionou positiva ou negativamente.
Difícil individualizar. Os professores e os padres responsáveis pela administração eram referência e, creio, exemplos a seguir à época, para uma criança-adolescente.
  • Sobrou alguma mágoa? Qual?
Não.
  • Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
Creio que repetiria, se com 10 anos. Como adulto, não, haja vista que tenho convicção de que não concluiria os estudos para transformar-me em padre.
  • Quais as principais mudanças que a entrada (e/ou saída) do seminário provocou em você?
Difícil dizer, pois penso que essa resposta, para ser objetiva, teria que poder comparar com a vida fora dali no mesmo período.
  • Se dedica à Igreja Católica atualmente?
Não.
  • Qual sua relação com a religião atualmente?
Nenhuma.
  • Como você compara a sua religiosidade daquela época com a atual?
Não sou religioso hoje e, àquela época, seguia o que a família entendia como adequado.
  • Como você compara a Igreja Católica daquela época com a atual?
Não tenho como avaliar, dado que não a freqüento. Todavia, imagino, que a sociedade mudou e a Igreja, nem tanto.
  • O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
Um momento muito agradável, dado que o que nos une é a lembrança de momentos agradáveis e felizes que passamos juntos como crianças-adolescentes. Não há, nessas lembranças, momentos desagradáveis.
  • Alguma sugestão?
Não.
  • Qual pergunta você gostaria de ter respondido e que não foi feita?
Nenhuma.
  • Há algum outro endereço na internet que tenha mais informações sobre você? Algum "link" que você queira divulgar?
Não.
  • Alguma mensagem especial aos outros ex-SIC?
Que é muito bom revê-los periodicamente e que, sempre que possam, que continuem a prestigiá-los com a presença. Um forte abraço a todos.



Aí estão as respostas do Arthur. Agora, aguardamos seus comentários.

Vamos aproveitar a internet para compartilhar nossas ideias!

Na década de 80 precisei ir à Praça da Sé  pelas "Diretas Já"

Já, neste ano utilizei a internet para assinar um manifesto que pressionou o Congresso a aprovar a lei "Ficha Limpa".

Definitivamente, estamos em outros tempos!

- Mas...posso comentar, mesmo não tendo conta no Google?
- Sim. Pode comentar como "anônimo". Neste caso, identifique-se, por favor.

Até a próxima.

Postado por J.Reinaldo Rocha(62-67)



3 comentários:

  1. José Arthur Escodro é o amigo que cedeu a chácara para 5 encontros desde 2005. E lá tivemos grandes reencontros de ex-SIC. Foram grandes momentos que voces podem ver nos álbuns na internet no link:
    http://picasaweb.google.com/ex.sic.1955
    Grego

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  2. Realmente lacönicas as respostas,visto que todo o profissional da área da administração é muito objetivo.
    Tive o prazer de reencontrá-lo no IX encontro,lá mesmo em sua chácara.

    DURVAL 63-65

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  3. Boa noite, Escodro, era assim que eu o chamava. Eh, ainda me lembro de você, se ainda estou certo, na recreação dos Médios.
    Gostei de sua resposta sobre se entraria de novo para o Seminário, caso voltasse no tempo: "Só se fosse com 10 anos...". Alguns já comentaram sobre a criança ter vocação. Hoje fica difícil imaginar uma criança de dez anos deixando os pais e entrando para o seminário. Mas era assim. Vc por acaso leu "O crime do Padre Amaro"? Gostei de sua entrevista, valeu!
    Um abraço,
    Lúcio

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