sábado, 5 de junho de 2010

"Se voltasse no tempo não voltaria ao ex-SIC, não."

Apesar de poucos terem respondido a pesquisa sobre a periodicidade da publicação das entrevistas (apenas 11), a maioria optou pela alteração da periodicidade.

Também devido a grande quantidade de colegas a serem ainda entrevistados tentarei publicar uma por semana.


Apesar disso reabri a pesquisa e a deixarei aberta "por tempo indeterminado". Se mudarem de ideia, vocês poderão alterar a votação e, assim, seguirei tendo um "feedback".

O entrevistado de hoje, apesar de não querer repetir a experiência e ter descoberto a comunidade ex-SIC há pouco, é um dos mais entusiastas e constantes comentaristas de nosso "blog"/"site".

Abaixo a entrevista e, como todas as anteriores, recheada de emoções.

Para atender os que gostam de tentar adivinhar quem é o entrevistado, a identificação estará apenas no final 


  • Quando entrou para o seminário? De que cidade/paróquia?
Araras(SP). Pertencia à Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio. Entrei no seminário em 1963.
Para efeito de ilustração a nossa matriz é uma réplica da Basílica de São João de Latrão em Roma. Belíssima.
  • Por que entrou para o seminário?
Minha família, muito religiosa, contribuiu pra isso. Mas, o que realmente me levou ao seminário foi um panfleto amarelo, com inúmeras profissões, que foram distribuídos aos alunos que, nessa época, estavam no 4º ano primário. E dentre elas estava a palavra padre. Marquei padre.
  • Quantos anos tinha quando entrou?
Tinha 12 anos. E foi em 1963.
  • Quantos anos tinha quando saiu?
Saí em 1965. Não me recordo o mês. 14 anos.
  • Por que saiu do seminário?
Eu, acho que espontaneamente não sai. Lembro-me de certa visita de meus pais no seminário que disse à eles que a "coisa" estava ficando apertada. Mas, estava me referindo aos estudos. Coincidentemente logo me deram o "cartão vermelho".
Indisciplina? Acredito que não. Vocação? Nessa idade?
  • O que aprendeu no ex-SIC?
Aprendi, e muito, a respeitar e ser respeitado. Aprendi pouquíssimo de latim.
Como lazer aprendi pingue-pongue com o Cônego Luiz e algumas experiencias com o Prof. Aparecido.
Pela grade de matérias na época, acho que aprendemos até demais.
  • O que fez depois que saiu? Estudou o que?
Depois que sai, terminei o ginásio e em 1968 ingressei na aeronáutica, afim de fazer o serviço militar. Depois parti para a área de exatas e comecei a trabalhar no Banespa(Banco do Estado de São Paulo S/A) em 1972, onde fiz minha carreira profissional e aposentei-me em 1998.
  • Trabalha ainda?
Profissionalmente não trabalho.
  • Casou? Tem filhos? Netos?
Casei em 1973 com Maria Ines da Cunha Oliveira, tenho 03 filhos: Camila Andrea de Oliveira(doutora em genética), Karina Mirela de Oliveira(turismo e hotelaria) e Gabriel Vinicius Bernardino de Oliveira.
Porque de ter grifado o Gabriel: atualmente ele está com 13 anos. Ele é "temporão". Depois de 18 anos e graças a Deus ele veio ao mundo com muita saúde. Treze anos. Era a idade que eu estava no seminário. Quanta diferença.
Nossos diálogos são abertos em todos os sentidos. E tenho também uma neta(Giulia - 9 anos).
  • Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC? 
Recordações tenho muitas. Seria impossível enumerá-las.
  • Cite um personagem com que conviveu na época que o impressionou positiva ou negativamente.
Personagem? Monsenhor Luiz de Abreu. Mesmo com pouca idade que tinha, ele sempre me ouvia. Inclusive certa ocasião ele "descobriu" que eu tinha alguma dificuldade na visão. Mandou-me pro centro de Campinas para uma consulta. Ganhei os óculos.
  • Sobrou algum mágoa? Qual? .
Mágoa? Nenhuma.
  • Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
Se voltasse no tempo não voltaria ao ex-SIC, não.
  • Quais as principais mudanças que a entrada (e/ou saída) do seminário provocou em você?
Eu saí de um regime onde tudo tinha horário pra tudo(e tinha que ter mesmo). Lembro-me do banho (super individual). Entrei num outro pior ainda, que foi meu ingresso nas forças armadas(Aeronáutica em 1968). Mas, ambos me ensinaram a ser CIDADÃO, com deveres e direitos.
  • O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
A respeito dos encontros de ex-SIC acho uma grande oportunidade de relembrar tudo o que se passou em nossas vidas naquela época. E a cada encontro aparece mais um.
Eu participei pela 1ª vez em setembro/2009. Não tinha conhecimento. Fiquei ciente por intermédio da internet.
  • Alguma mensagem especial aos do ex-SIC?
Uma mensagem mais que especial: que divulguem o máximo possível todo o trabalho que nossos colegas estão fazendo. Afinal faz parte de nossas vidas.

Durval Aparecido Bernardino de Oliveira


Ele possui um "blog", que fica sempre disponível para um "click" no nosso painel lateral, mas repito aqui:
Durval2010

Como sempre, aguardando seus comentários. Se comentarem como como anônimo, não esquecer de identificar-se.

J.Reinaldo Rocha(62-67)

4 comentários:

  1. Bom dia meus Meninos!
    Bom dia também os sacerdotes presentes. Se casados ou não, são e serão sempre sacerdotes. Graças a Deus que na vida há a segunda chance.
    Eu não coloco - voltar ao seminário - porque acho que a resposta é mais para os ex seminaristas, e sacerdotes . Claro que minhas experiências foram interessantes e únicas. O carinho foi especial.
    Voltar ao Seminário seria como ficar mais de 45 anos mais nova, claro que voltaria. Mas, no hoje com minha idade, não voltaria a não ser que ficasse com aquela linda idade. Já pensou eu ensinar boas maneiras para quem já as tem? Quadrilha? Pra que?
    Valeu as amizades, o carinho, o pouco que fiz...e o muito que recebi.
    Eu creio que esse saudosismo é saudável, esse novo contato com esposas e filhos para serem apresentados é muito bonito. É um novo entrosamento e a formação de elos para o amanhã também.
    Ah! Continuem sim.
    Convidem os afastados insistam, eles não têm noção de como foi bonito. E eu fiquei só um pouquinho, mas ganhei as fitas do Grego e vi a confraternização. Não sei de quem foi a idéia inicial mas é muito bonito é muito fraternal.
    Eu sugiro que no próximo encontro se levem plantinhas e flores para serem colocadas na Gruta ou até plantadas. Seria tão lindo que Nossa Senhora ficasse entre elas, não é?
    Termino parabenizando-os pela iniciativa e mesmo que um dia fiquem só uns poucos, continuem insistindo. Vale a pena.
    Que Nossa Senhora abençoe cada um em especial e também suas famílias.
    Com carinho,envio um beijo em seus corações
    Margarida Mendonça Campos de Souza

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  2. Olá, Durval, como vai? Bonita entrevista. Agora, esse negócio de voltar no tempo, esquisito, né? Na vida há certos momentos que são únicos. Depois, com a cabeça que temos hoje... não há como cojeturar uma segunda volta. Gostei demais de seu testemunho "Mas, ambos me ensinaram a ser CIDADÃO, com deveres e direitos." Hoje nossos adolescentes não estão mais aprendendo a ser cidadãos. Têm todos os direitos, até direitos que não são direitos, mas "nenhum dever". Eh... hoje colhemos os frutos do Seminário. Parabéns pela objetividade e concisão de sua reflexão. Muito dez!
    Um abraço,
    Lúcio Inácio da Rosa

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  3. Bom dia Durval, tudo bem contigo, gostei muito da sua entrevista, principalmente sobre a sua permanencia no ex sic e aeronáutica, realmente nos dois apredemos muito como ser um cidadão.
    Eu tambem apos sair do ex sic, fui para a aeronática, por dois anos, foi muito bom para mim, pois aprendi muito os dois lados.

    abraços

    José Alexandre Barros Fioravante (1969/1973)

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  4. Li a sua entrevista Durval. Voltar no tempo e relembrar fatos agradáveis que ocorreram conosco faz bem para o nosso ego. Eu também tenho boas recordações e como para você esse tempo influenciou muito a minha formação como cidadão. Aprendi grande parte das regras da vida naquele ambiente. Talvez você se lembre de mim. Um grande abraço. Duarte (1961-1967) (O cutia)-22/06/2010

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