Vou fazer alguns comentários sobre essa foto, esclarecida pelo amigo Lúcio.- Também vou acrescentar observações feitas a partir de longa conversa com o Claudinê Pessoto, no último encontro na chácara do Artur.
- Eu entrei para o SIC em 1965. Ainda um ano bom da Comunidade. Já haviam sido abolidas muitas atividades como estudar de domingo, e no comportamento, p.ex., só os acólitos usavam batina, etc. Nesse ano o Lucio ainda estava fazendo o 3o. colegial. Mas daí para frente foi só decadência de ano para ano, e eu fiquei até o último suspiro do SIC, em 1972.
- Durante os dois anos bons (65/66) me lembro que dentro da grade e do regulamento ainda haviam atividades esporádicas, como Retiros fóra, sessões do Gremio e da Academia, comemorações juninas, olimpíadas.....etc, etc.
- Agora vou descobrindo coisas interessantes que aconteciam e que já não havia em 1965.
- Mas a foto acima me surpreendeu pelo relaxo. No nosso SIC se fizéssemos isso era resolvido assim:" O Mons. Bruno está chamando no quarto dele.". E quando isso acontecia o cara podia ir levando as malas e dando tchau....
- Então o Lucio esclareceu que essa foto foi no Seminário Maior do Ipiranga em SP.
- Ah! bão! Mas foi uma espécie de protesto contra o uso da Batina! É meio de admirar porque para quem queria seguir carreira religiosa isso não deveria incomodar. O próprio Lucio ainda está por contar como era a comunidade no Seminário Maior em SP. Mas o Pessoto me contou muita coisa que só agora eu começei a acordar. Explico: com 12 anos de idade eu e meus pais sentíamos confiança nos Superiores e no próprio SIC. E assim foi e fui crescendo e aprendendo o meandros da casa e da rotina e passei a ser um veterano. E achava que ao ir para o Ipiranga a coisa seria mais ou menos igual.
- Mas agora, vejo que a coisa era diferente por lá. Negociatas, politicagem, preferências, protestos eram comuns. Afinal, os jovens já estavam amuderecidos e tomavam posições e idéias próprias. Não dá para contar aqui os exemplos disso, que ouvi, mas quando essa foto caiu na minha mão compreendi que o Seminário Maior era "brabo". O exemplo que posso dar é o que o Lúcio me disse: quando acabou a Teologia ele pediu as ordens menores e disse que está esperando até hoje. Simplesmente o sr. Bispo e os superiores do Ipiranga ficaram enrolando(?). Acho que o Lucio foi vítima de alguma trama por lá.
- Engraçado, se naquele tempo eles se davam ao luxo de dispensar seminaristas com formação completa, depois disso tiveram que começar a caçar qualquer um e hoje a Igreja sofre com a falta de padres.
- Bem, mas essas histórias, hoje são folclóricas e históricas. Nossa pretenção agora que tudo morreu ou se modificou radicalmente, é apenas para ficar sabendo, grande curiosidade, porque afinal, pelo sim pelo não, foi nossa vida. Há coisas que não nem devem ser desenterrradas, mas as coisas de regulamento, disciplina e o princípio, meio e fim são interessantes fatos históricos.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Desvendando...
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