Muitas recordações, e algumas histórias inéditas, nesta animada entrevista escrita em estilo bastante peculiar.
Com bom humor ele nos relata uma série de episódios e nos conta experiências bastante parecidas às vividas por muitos de nós.
Também faz um apelo que provavelmente será endossado por todos.
Hoje não há dicas. Para saber de quem se trata, somente chegando até o final da entrevista.
- Quando entrou para o ex-SIC?
- De que cidade/paróquia?
- Porque entrou para o seminário?
- Quantos anos tinha quando entrou?
- Quando saiu do ex-SIC?
- Quantos anos tinha quando saiu?
- Por que saiu do seminário?
- O que aprendeu no ex-SIC?
Aprendi a trabalhar em equipe, a valorizar o trabalho, valorizar a presença das pessoas, a conviver com as pessoas.
Aprendi a encadernar livros com a Irmã Paulina (hoje não sei mais)
Aprendi que as vacas não ficam grávidas e não dão a luz, elas ficam prenhas e dão crias, esse aprendizado foi em Helvetia ensinado pelo seu Cido assistido por um monte de garotos (Mostardinha, Enio, Zé Maria, Claret, Mondine, Guerreiro, Grego, Wilson, Talpo) que morreram de rir e esse foi assunto por um bom tempo.
Aprendi o que quer dizer a expressão "Faquiaram o Bode", essa expressão era repetida pelo Seu Cido inúmeras vezes quando voltávamos de Helvetia. Bem depois de capinar a plantação de milho, comer caqui, pêssego, banana, mamão, chupar laranja, cana, comer queijo fresco e no final do dia tomar leite quentinho tirado na hora da vaca, entrávamos na Kombi e vínhamos para o SIC já a noitinha. Aí com o chacoalhar da Kombi e tudo o que estava em nosso estômago o que podia sair era um silencioso mas mortífero PUM..... quem se lembra? O Seu Cido então falava "OHHH MOLECADA FAQUIARAM O BODE". Da pra imaginar a cena.... as janelas da Kombi abriam no máximo dois dedos.
Aprendi que dia 19 de Novembro era o dia da bandeira e não o dia da batina, certo Guerreiro?
- O que faltou aprender?
- O que fez depois que saiu?
- Estudou o que?
- Qual sua trajetória profissional após a saída do ex-SIC?
Trabalhei na IBM de 1974 a 1975 como estagiário, depois fiquei trabalhando como contratado até Outubro de 1976 quando fui efetivado.
Na IBM trabalhei até 2000 quando fui vendido junto com a produção de computadores para a Solectron onde fiquei até 2007. Em 2008 e 2009 trabalhei em um escritório de contabilidade aqui em Indaiatuba e atualmente estou aposentado a procura de trabalho.
- Trabalha ainda?
- Casou? Tem filhos? Netos?
Netos ainda está longe, pelo menos é o que eles falam.
- Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC?
As peças teatrais, os festivais (cheguei a cantar o Calhambeque em dupla com o Tampinha), cinema aos sábados aguardado ansiosamente a semana inteira e dormir na hora do filme.
Das partidas de futebol de botão do Sérgio Correia, do Buffo, do Laércio Morris na hora do recreio.
Dos jogos de futebol aos domingos dos times de maiores contra times da região e nós a garotada batendo lata atrás do gol adversário, minha escalação (Trevisan, Boi, Bie, Bartolo, Ferraro, Raul, Palmeirinha, Wiziack, Chiquinho Fumaça, Vicentin, Paulo Cesar Provinciatto).
Dos campeonatos internos, o primeiro que participei de futebol de salão de menores o capitão era o Pinheiro e se chamava África, no futebol de campo meu time era o Santos, goleiro era o goleiro da seleção de menores o Antonio Sérgio Escodro, o Capitão era o Antonio Marcos irmão do Israel que jogava no time que ficou campeão a Ponte Preta cujo goleiro era o Caliman (ufa que memória).
Das festas juninas que marcavam o fim do primeiro semestre e nossa ida para a casa após 3 meses sem ver os familiares.
As Procissões no centro, vinham vários ônibus e nós todos de batina, viji...a procissão caminhando e eu olhando para os prédios de repente havia uma esquina todos viravam e eu seguia em frente até o colega de trás dar um peteleco na minha orelha e eu acordar e voltar a fila.
De como era duro ficar acordado nos estudos dirigidos e nas orações das noites antes de dormir.
As caminhadas pelo campo de baixo para fumar escondido nos pés de figuinho e ver o trem da paulista que não atrasava, aliás nós sabíamos a hora pela passagem do trem lá pelas bandas do Jardim São Pedro, Jardim Samambaia.
Assaltar o refeitório dos Padres e roubar Pudim a noite é ou não é Zé Maria e Fadel?
Em 1970 com a copa do mundo vieram as bombinhas para comemorar os gols e aí surgiu a disputa dos Padres e o Guerreiro com suas bombinhas. Os Padres depois de alguns estrondos de bombinhas pelos corredores resolveram desafiar ao autor a soltar mais uma bombinha. Não preciso dizer que foi aceito de imediato pelo Guerreiro, que preparou um pavio com o barbante das persianas, cronometrou o tempo e soltou a bombinha no corredor de cima do pavilhão da frente do SIC. Todos os padres estavam de prontidão mas não conseguiram pegar o astuto Guerreiro.
Já quando o SIC era faculdade de educação física ver as garotas fazerem educação física no Teatro e se trocarem ali mesmo, incentivado pelo Alexandrão, era bater o sinal e a correria para o vitraux do corredor e observar.
Ir a cidade comprar compacto simples dos Beatles na Livraria Brasil e pedir o mais recente sucesso "John let me down" e descobrir que a música se chamava "Don't let me down".
Não poderia esquecer a formatura da 4. série regada a cuba libre e a nossa viagem a Itanhaém, saímos 10:00 hs da manhã da estação da Guanabara e chegamos as 9:00 hs da noite em Itanhaém, durante a viagem se não estou enganado o Pilon distribuiu lanche para o vagão todo, pois havíamos levado meio saco de pão com carne acabando com o comércio da venda de lanches da Sorocabana.
Ir a casa de ex SIC Carani (creio que era na Vila Industrial) curtir Bee Gees. Fumar cigarro que o Sérgio Verly trazia do Rio em caixa de sapato (Capri, Hollywood). Das participações em comunidades de bairros e ter uma visão da vida totalmente diferente e assustadora.
- Cite um personagem com quem conviveu na época e que o impressionou positiva ou negativamente.
Vou citar não um personagem, mas pelo menos 3 .... Monsenhor Bruno Nardini com sua sabedoria, Nosso Mestre Daólio com sua serenidade, outro que conheci como Cônego Senna com sua inteligência e conhecimento, e tantos colegas mais velhos nos quais me espelhava e os quais eu admirava.
- Sobrou alguma mágoa? Qual?
- Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
- Quais as principais mudanças que a entrada (e/ou saída) do seminário provocou em você?
- Se dedica à Igreja Católica atualmente?
- Qual sua relação com a religião atualmente?
- Como você compara a sua religiosidade daquela época com a atual?
- Como você compara a Igreja Católica daquela época com a atual?
- O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
- Alguma sugestão?
- Qual pergunta você gostaria de ter respondido e que não foi feita?
- Há algum outro endereço na internet que tenha mais informações sobre você? Algum "link" que você queira divulgar?
- Alguma mensagem especial aos outros ex-SIC?
Alcides Luiz Cantelli
Aí está a rica trajetória do nosso colega, recheada de lembranças de colegas que nos foram, e são, tão caros.
Esperamos ansiosamente seus comentários. Se for comentar como "anônimo", identifique-se, por favor.
Também estamos aguardando a sua participação no grupo ex-SIC Inte(g)ração que foi criado na rede social "Facebook". Durante a semana enviei uma série de convites, via e-mail. Para quem ainda não está inscrito no "Facebook" o convite foi para que fizesse a inscrição. Após inscritos poderão aderir ao grupo.
Para os que já estavam inscritos no "Facebook" foi enviado um convite de conexão ao personagem "ex-SIC" e depois disso é que poderá ser convidado a aderir ao grupo ex-SIC Inte(g)ração. Mas, mesmo sem o convite, por favor, tomem a iniciativa de aderir, postar tópicos para discussão (aba "Discussões"), participar dos tópicos já abertos etc.
Sua participação é fundamental. Nós podemos criar os meios, mas a participação só pode ser com vocês.
[]'s
J. Reinaldo Rocha (62-67)
Li a mensagem!
ResponderExcluirE a mensagem foi alegre e feliz.
De um homem, sério, bom e correto. Achei linda.
É um homem de sucesso e tenho certeza que Deus o abençoará e achará já...já mais um emprego como deseja.
Quanto à religião, se não está tão constante nela, nem é preciso, Ele entende.
Deus é muito usado de formas, que nem Ele pensaria. É usado nas guerras, pois, colocam como motivo o desrespeito a Deus, quando na verdade é o ódio gratuito; as Igrejas o tornaram DINHEIRO; os políticos o usam desavergonhadamente.
Agora o pessoal vai ao púlpito para advogar a causa do ABORTO, em nome de Deus. O homem erra e Deus paga. Não vou me alongar, um dia falaremos mais sobre isso.
Basta crer e AMÁ-LO . Não precisa mais nada,
Parabéns amigo. Você não deve me conhecer pois em 1965, meu filho nasceu e eu pouco ia ao SIC, fiquei amando o tempo de longe.
Ele se chamaria Paulo Afonso, mas os meus alunos da época, não gostaram e por isso ganhou Carlos Henrique.
Eu amei muito aquela garotada.
AGORA, DOU UM DOCE PARA QUEM ME DISSER O QUE ERA "CATÓIA"
- CATÓIA, que era CATÓIA!
Abraço
Margarida
P.S. Eu colaboro com uma garrafinha de BIOTÔNICO FONTOURA para o Grego. Vocês estão sendo um sucesso, pra que desistir? Descanse, de uma saidinha da rotina e vamos que vamos.
Alcides:Como é bom recordar tudo aquilo que voce viveu e nós também.
ResponderExcluirA cada entrevista publicada surgem novas histórias e o caso do cigarro, foi o máximo.
abraços,
DURVAL 63/65.
Essa é uma coisa muito séria. Acontece na vida das pessoas mas não como aconteceu entre nós. Nossa amizade começou em um domingo de 1965. Dia de chegada, nós, os novatos. Chovia a cântaros e ele e eu sentamos no fundo do pátio dos menores, aguardando o jantar. Tudo era estranho mas parecia fascinante. Tinhamos então 11 e 12 anos de idade. E aí os anos foram passando e a gente sempre lado a lado, crescendo e se amparando. E assim foi até 1973, então com 20 anos de idade. Jamais esqueceremos. Ficamos no SIC até o apagar das luzes e naturalmente saimos e como muitos, se o SIC não o queria mais, a Beth já o esperava.
ResponderExcluirGrego
Cantelli, é o Daólio. Li com muito interesse sua entrevista pois ela me pareceu extremamente espontânea. E que memória (você está quase ao nível do Grego, mais um pouco chega lá!) Acho muito interessante quando a pessoa relata aquelas "fotos instantâneas" do passado e reflete como elas tiveram significado para suas vidas. Maravilha.
ResponderExcluirOlá, meu amigo Cantelli! Que impressionante memória vc tem, rapaz! Você ganhou de mim que me gabo de poder lembrar de tantas coisas e detalhesw do nosso ´passado do SIC. "Cruiz"! vc zoou pacas, hein?!?Se os figuinhos podessem falar... mas vc fala por eles. Putz! aquele negócio das bombas, rsrsrsrsr, imagino o frenesi do Cgo.Luís à cata do verdadeiro "guerreiro" que, na verdade, estava atrás das "trincheiras"! Legal mesmo ver vc contando todas aquelas peripécias.
ResponderExcluirVc se lembra quem foi seu "anjo" na sua entrada para o sic? muito embora não tivesse nem asas e muito pouco teto? rsrsrsrrs. Bom, faço minhas as palavras da Margarida, sobre sua conduta religiosa hoje. Fiquei entusiasmado quando li sobre sua conduta na !"vida laica" após deixar o seminário. Vc pratica o que vc aprendeu no sic. Valeu seu "pinguepongue" mental! Ah! ia-me essquecendo, eu posso somar minha colaboração com a da Margarida e oferecer um vidro de Biotônico Fontoura que está sobrando aqui em casa kikikikikikiki!
Um abraço
Lúcio
Olá Cantelli
ResponderExcluirO pouco tempo que fiquei no SIC bastou para eu gostar de você e lhe admirar. Passamos vários momentos importantes e marcantes. Entre eles posso citar sem medo de errar, o período que formamos um grupo de jovens (JUBA) na periferia. Essa viagem para Itanhaém eu também participei como convidado. Quanto aos cigarros, quando entrei para o SIC com 20anos já fumava. Meu pai trabalhava na Souza Cruz e mandava para mim, em caixa de sapato. Desculpe a minha participação "negativa" neste evento. Gosto de você - acredite! Tenho muitas saudades de todos. Sergio Verly "o menino do Rio".
Caro amigo Alcides, voce esqueceu de contar as historias dos nosso fechamentos contabeis na IBM, coisas de maluco...hahaha, abraços Ronaldo
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