sábado, 25 de setembro de 2010

"Você reencontrar um colega que não via há 50 anos é muito emocionante."

Com certeza é essa emoção em reencontrar colegas que o faz, a cada 40 dias, organizar uma "pizza" com seus colegas do ex-SIC. A já famosa "Pizza do Paierão".

Com esta informação boa parte de vocês já sabe quem é o entrevistado de hoje.

Pedi-lhe que explicasse o porquê do apelido que tinha no ex-SIC. A explicação (ou a "não explicação") vocês saberão quase no final da entrevista.

  • Quando entrou para o ex-SIC?
Em 1957
  • De que cidade/paróquia?
Descalvado-SP. Paroquia Nossa Senhora do Belém, cujo Pároco era José Canônico, que lá permaneceu por mais de 50 anos.
  • Por que entrou para o seminário?
Naquela época a cidade tinha cerca de 6.000 habitantes, 95% deles católicos. Quase toda família tinha um COROINHA...e lá fui eu ajudar o Padre. Achava legal vestir batina e tão novinho responder frases em latim " et cum spiritu tuo"... Ainda contava com muitos privilégios: sair na foto com os noivos, ser convidado para a festa, assistir de graça os filmes exibidos no cine Paroquial, auxiliar nas missas celebradas nas fazendas para em seguida traçar maravilhosos almoços...Pensava, então: a vida de padre é uma boa. Mas o que mais me entusiasmava era a convivência e diálogos constantes com padres, entre eles José Gaspar, Gustavo Mantovani, Lauro Sigrist e alguns amigos que já estudavam no seminário. Isso tudo acabou pavimentando a estrada que resolvi percorrer.
  • Quantos anos tinha quando entrou?
11 anos.
  • Quando saiu do ex-SIC?
Em 1962.
  • Quantos anos tinha quando saiu?
17 anos.
  • Por que saiu do seminário?
Teve uma hora que a realidade chegou. Estava no 6o.ano e tinha que optar: seguir em frente rumo a Filosofia ou desistir da carreira sacerdotal. Aquele ímpeto inicial do garoto coroinha tinha se esvaído. Vi diversos colegas de anos anteriores desistindo. O mundo lá fora estava diferente...Todos os meus colegas de classe participaram do fórum do MOVIMENTO PARA UM MUNDO MELHOR, mas eu não me senti atraído e permaneci na sala de estudos. Conversei com o meu Diretor espiritual e...parti no primeiro ônibus de volta para minha casa.
  • O que aprendeu no ex-SIC?
Ser disciplinado. Saber dividir o tempo e cumprir as metas estabelecidas. Tratar com respeito os colegas. Deixar o egoísmo de lado. E também uma sólida base escolar, que me ajudou muitíssimo no vestibular, na faculdade e na vida profissional.
  • O que faltou aprender?
Havia um certo receio em nos posicionar sobre o que se passava fora dos quatro muros do seminário. Não tínhamos acesso a jornais, revistas, rádios, televisão etc. Quero dizer que ficávamos alheios ao que se passava no mundo profano. Só que o mundo estava mudando, em todos os sentidos e nós tínhamos que acompanhar essa evolução.
  • O que fez depois que saiu? Estudou o que?
Terminei o Colegial em Descalvado e em 1964 vim para São Paulo trabalhar e estudar. Sou formado em Administração de Empresas.
  • Qual sua trajetória profissional após a saída do ex-SIC?
Durante 30 anos trabalhei no escritório central das Casas Pernambucanas. No início como auxiliar de RH e depois fui escalando outros setores, culminando com o cargo de Gerente Geral da Administração Central. Aposentei-me e dei uma esticada de 13 anos na Delta Records, empresa de logística em Alphaville, onde exerci o cargo de Gerente Financeiro até o final de 2008, quando a empresa foi vendida.
  • Trabalha ainda?
Pendurei as chuteiras, de vez. Espero não precisar calçá-las de novo.
  • Casou? Tem filhos? Netos?
Sou casado com Vera Lúcia, professora também aposentada. Meus filhos se formaram em Administração de Empresas. A Veridiana trabalha na VIVO, como coordenadora de segurança da informação. O Daniel é gerente de produtos da NIKE. A exemplo do Batistuzzi, faço parte do time dos sem-netos, ao menos até agora.
  • Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC?
Daria para escrever um livro. As lições de cidadania do Mons.Abreu. A capacidade intelectual do Padre Sena. A rudeza do Padre Matheus, que foi substituído pela classe do Padre Vanim. As piadas do Padre Haroldo. A fúria do Cônego Luís quando perdia alguma partida de pingue-pongue. A figura impar do Padre Gaspar, grande Diretor Espiritual, dono de uma humildade impressionante. A dificuldade de entender as matérias ensinadas pelos Padres Belgas. A alegria contagiante do Zezinho de Abreu. A hora do lanche da tarde quando serviam o TODDY BAIANO, preparado pela Irmã Mariana. E assim vai...
  • Cite um personagem com que conviveu na época que o impressionou positiva ou negativamente.
Monsenhor Bruno, que Reitor magnífico. Abdicou da enorme fortuna que possuía, para tomar conta da gente. Queria tudo em perfeita ordem; as broncas que dava doíam profundamente. Mas era muito humano e justo. Lembro até hoje da lição de civilidade que dava quando alguém não acionava o botão da descarga da privada: "O botão da descarga não dá choque. Aperte-o após fazer suas necessidades".
  • Sobrou alguma mágoa? Qual?
Honestamente, não.
  • Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
Até que iria, principalmente para conviver com tantos bons amigos e mestres.
  • Quais as principais mudanças que a entrada (e/ou saída) do seminário provocou em você?
Aprendi e utilizei à exaustão: RESPONSABILIDADE.
  • Se dedica à Igreja Católica atualmente?
Não.
  • Qual sua relação com a religião atualmente?
É mínima. Poucas vezes vou à missa. Porém, quando viajo tenho o hábito de adentrar as igrejas locais e fazer umas preces.
  • Como você compara a sua religiosidade daquela época com a atual?
Naquele tempo era tudo feito automaticamente. Hoje posso decidir o que fazer.
  • Como você compara a Igreja Católica daquela época com a atual?
Acho que a Igreja Católica perdeu muito terreno. Detesto sermões prolongados, nas raras vezes que vou a missa.E os escândalos propagados, sem uma resposta imediata e convincente da Hierarquia Superior, acabam afastando ainda mais os fiéis.
  • O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
São momentos de extrema felicidade. Você reencontrar um colega que não via há 50 anos é muito emocionante. Faz você voltar ao túnel do tempo e perguntar porque isto não aconteceu antes? Verdadeiramente é uma alegria que não tem preço.
  • Alguma sugestão?
Os colegas do Interior deveriam se encontrar mais, a exemplo do que fazemos aqui na Capital. A nossa Confraria do Paierão tem exatamente a finalidade de reencontro dos EX-SIC: saber noticia dos colegas, jogar muita conversa fora, tomar um bom chopp e comer aquela pizza, que é chamada de PIZZA DO PAIERÃO. E tome sessão de nostalgia.
  • Qual pergunta você gostaria de ter respondido e que não foi feita?
Gostaria que o colega Butti, de Itapira, estivesse vivo para explicar porque me colocou o apelido de QUÍMICO. Não deve ser pelas notas que eu tirava. Aliás o Butti era especialista na arte de botar apelidos. E esses apelidos colavam sempre.
  • Há algum outro endereço na internet que tenha mais informações sobre você? Algum "link" que você queira divulgar?
Não. Aliás, é bom que vocês saibam que em matéria de internet sou um zero à esquerda.
  • Alguma mensagem especial aos outros ex-SIC?
Com a idade que estamos, só quero desejar saúde a todos. O resto acho que já conseguimos.

Sebastião Costa

Sebastião, muito obrigado por ser o organizador deste encontro que nos faz sentir tão bem e nos proporciona tanto acolhimento mútuo.

Já que não conseguimos saber a razão do apelido, seria alguém capaz de explicar porque o entorno do ex-SIC era chamado de "Paierão"? ou seria "Paieirão"?

Aproveitem adicionar aos esperados comentários sobre a entrevista o esclarecimento desta dúvida. Como sempre, não esquecendo de identificar-se caso comente como "anônimo".

[]'s e até a próxima

J. Reinaldo Rocha(62-67)

domingo, 19 de setembro de 2010

"Acho que nunca tive essa vocação tão espinhosa"

Durante um bom tempo os seminaristas foram alimentados pelos pães produzidos na padaria do pai dele. O seminário fornecia a farinha e o seu pai fazia os pães.

Isso ele não conta na entrevista. Sei porque ele foi de mesma turma que eu.

Em compensação ele conta coisa da qual participei e eu nem lembrava mais.

Então, sem mais delongas e suspense, vamos ler sua entrevista marcada pela sinceridade.

  • Quando entrou para o ex-SIC?
Entrei para o seminário no ano de 1962
  • De que cidade/paróquia?
Eu era estudante do primário do colégio Salesiano "Externato São João", no centro de Campinas e frequentava a igreja do colégio.
  • Por que entrou para o seminário?
Minha mãe era muito religiosa e sonhava ter um dos filhos homens (4) ordenado como sacerdote, assim incentivou-nos na vida religiosa. Conseguiu que meu irmão mais velho, Custódio, entrasse para o seminário e fizesse o percurso até o 3. ano de filosofia em Aparecida do Norte, quando ele desistiu da vocação.
Eu, um dos irmãos mais novos, incentivado pela minha mãe, pelos padres salesianos que queriam me encaminhar para a congregação deles e pelo exemplo de meu irmão resolvi entrar para o seminário, felizmente para o SIC e não salesiano.
  • Quantos anos tinha quando entrou?
Entrei para o seminário com 11 anos de idade, ainda com calça curta.
  • Quando saiu do ex-SIC?
Deixei o seminário em 1966, praticamente com quase toda a minha turma, restaram poucos por mais alguns anos.
  • Quantos anos tinha quando saiu? Por que saiu do seminário?
Aos 15 anos de idade, hormônios em ebulição, a vocação, se é que algum dia tive, nada mais representava para mim. Assim sai sem traumas e com muita bagagem escolar.
  • O que aprendeu no ex-SIC?
O Seminário foi muito importante no meu aprendizado, toda a bagagem adquirida lá foi de grande valia durante toda a minha vida pessoal e profissional. As amizades cultivadas durante o período são até hoje lembradas com saudade. Os esportes que praticamos todos os dias nos fizeram homens leais e competitivos.
  • O que faltou aprender?
Penso que nós sempre temos algo a aprender durante toda a vida, mas no espaço de tempo que lá estive, pude aprender tudo que necessitava.
  • O que fez depois que saiu? Estudou o que?
Após deixar o seminário continuei meus estudos, optando pelo "Clássico" já que nunca fui chegado em Matemática, em seguida cursei a faculdade de Direito da USP, largo de S.Francisco, durante os anos de chumbo da ditadura militar, onde me formei em 1973.
  • Qual sua trajetória profissional após a saída do ex-SIC?
Após me formar em Direito, montamos um escritório de Advocacia em um prédio (Mendes Caldeira) entre a praça da Sé e Clóvis, mas quis o destino que fosse o primeiro prédio em São Paulo a ser implodido, assim resolvi continuar a trabalhar na empresa onde já era Supervisor na área de Recursos Humanos, onde também advogava.
  • Trabalha ainda?
Estou aposentado pelo INSS, mas continuo trabalhando como Diretor Administrativo numa empresa de Barcos, estou na empresa há 34 anos.
  • Casou? Tem filhos? Netos?
Casei-me no ano de 1973 como minha esposa Mary, tão logo terminei a faculdade e tenho 3 filhos, Luciana, Alexandre e Fernanda, todos solteiros, em outubro deve sair o primeiro casório. Netos ainda demora um pouco mais.
  • Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC?
São muitas as recordações que tenho do seminário, bons tempos aqueles. Dos padres a grande recordação foi Monsenhor Abreu, grande figura humana. Padre Teixeira, diretor de disciplina, até hoje tenho contato com ele na paróquia Nossa de Senhora da Imaculada no bairro do S.Bernardo em Campinas. Pe Senna de enorme saber, apesar de eu ser um péssimo aluno de matemática.
Recordações de amigos são muitas e agradáveis, do Benini que era e continua sendo o grande humorista, do Con. Veríssimo, grande conselheiro, do colega Gessé, grande musicista, do Caio e Arthur grandes parceiros e adversários no jogo de Espiribol, do Rocha grande líder do CEM (Centro Esportivo dos Médios) que tive a honra de suceder, do amigo Pessati e de tantos outros. Outras grandes recordações eram os trabalhos "forçados" a que éramos submetidos, limpar pátios, salas e banheiros etc, para fugir dessas situações me escalei na equipe de manutenção, criação de coelhos e encadernação, onde aprendi muito.
  • Cite um personagem com que conviveu na época que o impressionou positiva ou negativamente.
Os personagens que mais me impressionaram positivamente foram o Mons. Abreu, Mons. Bruno e Con. Senna, negativamente sem dúvida foi o Prof. Aparecido.
  • Sobrou alguma mágoa? Qual?
Não sobrou nenhuma mágoa, muito pelo contrário, apenas ótimas recordações.
  • Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
Com certeza NÃO, acho que nunca tive essa vocação tão espinhosa.
  • Quais as principais mudanças que a entrada (e/ou saída) do seminário provocou em você?
Penso que a principal mudança tanto na entrada como saída do seminário foi a aquisição de uma qualidade que até hoje cultivo muito, a minha independência de pensar e agir.
  • Se dedica à Igreja Católica atualmente?
Somente como frequentador, não com tanta frequência, mas procurei educar meus filhos na mesma fé.
  • Qual sua relação com a religião atualmente?
Apenas participante de algumas cerimônias, eventualmente de missas, especialmente no Natal e Pascoa.
  • Como você compara a sua religiosidade daquela época com a atual?
Quando menino e adolescente no seminário, apenas como mero repetidor de rezas padronizadas, hoje minha religiosidade é mais madura, não tanto pelas rezas e mais pelo amor ao próximo.
  • Como você compara a Igreja Católica daquela época com a atual?
A Igreja Católica evoluiu de lá para cá, mas na minha opinião deveria ter se aberto mais para o Mundo Atual. Entendo que com a eleição do Papa João Paulo II, todos esperavam uma maior abertura da Igreja, o que não aconteceu infelizmente. Entendo que há entre os leigos muitos capacitados de não apenas serem ministros, mas sacerdotes, casados ou não, suprindo a atual demanda de padres na Igreja Católica.
  • O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
Esses nossos encontros são momentos de alegria que além de lembrarmos o passado, acrescentamos mais conteúdo com as experiências de vida de todos nós.
  • Alguma sugestão?
A melhor sugestão que poderia fazer é, como outros já disseram, não descontinuar esses encontros e intensificá-los ainda mais, através de encontros regionais como o de S.Paulo, comandado pelo nosso amigo Sebastião.
  • Qual pergunta você gostaria de ter respondido e que não foi feita?
Acho que todas as perguntas foram feitas nada há a ser acrescentado.
  • Há algum outro endereço na internet que tenha mais informações sobre você? Algum "link" que você queira divulgar?
Não
  • Alguma mensagem especial aos outros ex-SIC?
A Vida é uma dádiva divina, saber vivê-la em plenitude é uma meta que precisamos perseguir para sermos felizes e somente com o próximo conseguiremos esse objetivo.
Um abraço a todos.



 Alcides Martins Lima e Silva


Aí está mais uma experiência de vida parecida com tantas outras, mas única como cada um de nós.

Agora, basta comentar. Garanto que os comentários serão sempre bem recebidos, seja pelo entrevistado, seja pelos demais leitores.

Basta não esquecer de identificar-se caso comente como anônimo.

Agora é com vocês e, até a próxima!

J.Reinaldo Rocha(62-67)

sábado, 11 de setembro de 2010

"Saí, ninguém notou e nem havia alguém para dizer Adeus"


Hoje não há como fazer suspense sobre quem responde às perguntas. Qualquer coisa relevante que eu escreva sobre ele vocês logo  saberão de quem se trata.

Ele é quem mantém a união desta comunidade. Prepara os encontros, telefona para quem não tem e-mail, escreve cartas para quem é reticente a e-mails e  telefonemas, preocupa-se com quem não pode arcar com as despesas  e tenta agradar a “gregos e troianos”.

Leiam uma entrevista repleta de reminiscências saudosas e alguns desabafos.

Como estamos no “mês do centenário” do Corinthians, esta publicação é mais que uma entrevista. É uma homenagem que prestamos a ele. Leiam a entrevista e entendam o porquê.

 Todo grupo que se mantém por tanto tempo precisa de pelo menos um componente que o lidere e o aglutine. E “esse é o cara”:

José Cláudio Grego


  • Quando entrou para o ex-SIC?
1965 na 1ª. Série ginasial.
  • De que cidade/paróquia?
Nasci em uma Fazenda/Usina de Açúcar que pertencia à paróquia São Sebastião de Limeira-SP.
  • Por que entrou para o seminário?
Meu pai era o Capelão da Capela da fazenda e fui pegando gosto pela coisa.
  • Quantos anos tinha quando entrou?
Acabava de completar 12 anos de idade.
  • Quando saiu do ex-SIC?
Em julho de 1973, quando cursava Administração. Éramos 5, sob a batuta do Daólio e morávamos na ala dos padres desde o ano anterior quando o SIC foi entregue à PUCC. O pessoal que ainda estava no PIO XII foi morar onde era a clausura das freiras, sob a batuta do Canoas.
  • Quantos anos tinha quando saiu?
Tinha 20 anos de idade.
  • Por que saiu do seminário?
Até hoje me faço essa pergunta e só sei imaginar que fui (fomos) levados a uma situação de quase abandono, pela nova orientação do Concílio em criar "casas de formação". Foi quase uma situação de sobrevivência tentando encontrar um novo rumo na vida.
  • O que aprendeu no ex-SIC?
Evidentemente, o estudo regular no Seminário era o ponto forte que interessava às famílias ao enviar um garoto para o internato. Era sabido que lá se aprendia por força da disciplina, pela tradição da Igreja com seus doutores e sábios. Uma das coisas que me chamou atenção, logo de cara, foi a forma de estudar com o "estudo dirigido". Todos devem se lembrar que já no começo do ano eram formadas equipes nas turmas. Quase todos os professores se utilizavam dessas equipes para fazer com que a matéria fosse aplicada. E a gente aprendia com o professor e com os próprios colegas. Era comum ser chamado para apresentação de trabalho, aula da fala e o Professor Bruninho, certo dia até me deixou preparar e dar uma aula de ciências, ainda na 2ª. Série ginasial. Poderia ficar citando muitas coisas que aprendi, mas para resumir, o ponto forte era a formação do caráter e moldagem da personalidade.
  • O que faltou aprender?
Aprender não é bem o termo, correto seria: como ser o mesmo nesse mundo sacana.
  • O que fez depois que saiu? Estudou o que?
Nossa situação, os últimos do velho SIC, não foi bem "o depois". Fomos saindo devagar. Aliás, desde que se iniciou o colegial no Pio XII que parecia que a Cúria apenas nos suportava e só faltava dizer: quando vocês vão embora? E fomos indo um a um. Eu, p. exemplo, arrumei um emprego e quando me senti seguro, saí. É bom dizer que muitos dos que iam a frente davam uma mãozinha e assim, graças ao Bressan (Caju), que já trabalhava no recrutamento da GE, levou-nos para lá, Talpo, Fadel e eu. A GE foi um grande aprendizado, maior que a própria faculdade. Quando anunciaram que ao ir para a Faculdade não seria mais obrigatório o curso de Filosofia, me vi perdido. Passei toda a minha adolescência e parte da juventude direcionado para Filosofia e Teologia. Mas os colegas diziam: agora estamos por conta própria e estudar Filosofia não iria nos arrumar emprego. Na área de Humanas o que mais abriria rapidamente as portas seria Economia. Isso não me animou nada, mas para não perder o bonde optei por Administração.
  • Qual sua trajetória profissional após a saída do ex-SIC?
Foram 5 anos na GE, iniciando como estagiário no Controle de Produção e depois como Programador de Produção. Interessante foi que durante o primeiro ano, ainda morava no SIC e o Pe. Faur dava carona todo dia de manhã para irmos até a cidade pegar o ônibus da empresa. Na GE, por algum tempo, ninguém soube que éramos seminaristas. Quando aconteceu já estávamos morando em uma república, na cidade. Depois da GE voltei para Limeira, para trabalhar na Rockwell. Ali também, iniciei um trabalho solitário de autodidata aprendendo micro-informática. E me tornei Analista-Programador e Analista Pleno na área de Administração da Produção.
  • Trabalha ainda?
Há 14 anos tenho uma microempresa, com um sócio, de injeção de plásticos. Começamos com uma injetora manual e hoje temos 3; acabamos de comprar uma nova e nosso faturamento vem sendo aumentado de ano a ano. Coisas do destino, porque a noite chego em casa e pego livros de Historia e Filosofia, vai entender...
  • Casou? Tem filhos? Netos?
Casei em 1977 e tive 2 filhos e fiquei viúvo em 1993 e me casei de novo em 2004 e agora é só tranqüilidade....Ops...está difícil é conseguir a aposentadoria do INSS....
  • Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC?
Duas coisas me marcaram nos tempos de SIC. A primeira é muito questionada pela maioria do pessoal: o local, ou seja, a casa e sua arquitetura. A forma como se tinha tudo no lugar no momento que se precisava. Era como uma micro cidade. Eu vivia livre na fazenda, sob sol, chuva, longas estradas, terra e natureza. De repente, entrar naquele prédio fechado por 4 muros ia parecer uma tortura. Mas lá havia dois campos de futebol e só isso já deu uma amenizada....rs...rs. Mas tenho ouvido atualmente, dos nossos colegas, muita rejeição pelo prédio. Fato é que só consegui fazer o primeiro encontro lá depois de 7 outros e mesmo assim, já ouvi recomendações que lá não é um local para confraternização dos ex-SIC. Pudera, como está mutilado! Mas por outro lado, havia a Comunidade. E essa sim, parece unânime que deixou marcas e saudades. Evidentemente as melhores recordações são de amigos. Aqueles que acordavam ao lado da gente todo dia, nas refeições, nas aulas, pelos corredores, na Capela e o que me marcou mais eram as horas de recreios, sentar lá na escadinha do campo de baixo e então conversar abertamente com os amigos. Os problemas, as rotinas, os medos e desapontamentos, receber conselhos, recordar as famílias, etc. E como cenário de fundo, ficar olhando por sobre os muros, as colinas, o horizonte e o largo céu azul. Era a forma de contatar a liberdade e se lembrar que havia outro mundo lá fora. Mas o mais duro mesmo era na virada dos anos, a gente voltava às escadinhas e via o grupo diminuindo. Imaginar, depois de estar ali, o amigo longe, punha a gente em xeque. Senti muito a saída de um dos melhores amigos, o Mario R Marostica. Quando anunciou que não voltaria mais, depois de 4 anos fiquei tremendamente abalado. Demais, cada atividade teve seus fatos marcantes: o dia em que o Pe. Nadai, colocou meia comunidade pra fora da Capela, durante a missa. Estão todos dormindo, vão dormir lá fora! – berrou ele. O dia em que o Mons. Bruno entrou no refeitório de manhã e fez todo mundo subir para o dormitório. Lá, não havia uma cama arrumada, ele puxou as roupas de cada uma e nos fez arrumar tudo de novo. A greve(!) que fizemos na 4ª. Série, protestando contra o Dom Mathias, que queria os 50 verbos regulares de inglês, para o dia seguinte. O Daólio prefeito de estudos precisou muito tato para conciliar-nos com o monge. Dedurando, o nosso líder era o Wilson Fonseca....rs...rs. São incontáveis as recordações marcantes. Foram anos que levaram toda a melhor fase da vida da gente!
  • Cite um personagem com que conviveu na época que o impressionou positiva ou negativamente.
Citar um seria injusto. Eu me impressionava muito com todo o pessoal Maior. Tudo o que faziam eram espelhos pra mim. Especialmente essa seleção: Sawaya, Boi, Bié, Gesse e Bartolo, Raul e Paulo Provinciato, Chico Fumaça, Vicentim, Visiack e Divino. Os personagens mais marcantes só poderiam ser o Mons. Bruno. Quase não aparecia e quando aparecia, mudava o comportamento de todos imediatamente. O refeitório se silenciava, a gente já olhando se os sapatos estavam limpos, os cabelos penteados, se havia “paperzinhos” jogados por perto. Por outro lado, fazia tudo o que podia para dar tudo o que precisávamos. O segundo personagem, folclórico, esquisito, foi o Cônego Luis de Campos, totalmente atuante na Comunidade, do jeito dele. E como não mencionar aqueles dois que estavam o tempo todo de olho em nós, e foi por anos a fio: os dois ministros que na minha época foram: o Pe. Faur e o Pe.Canoas.
  • Sobrou alguma mágoa? Qual?
Não se trata de mágoa mas de decepção. A primeira foi quando em 1967 anunciaram que não haveria mais o Colegial no SIC e começamos então a ir para o Colégio Pio XII. Consequentemente a turma que deveria ir para São Paulo, foi para a casa do Pio XII e estudar na PUCC. Era o inicio da decadência. Ao mesmo tempo os alunos do ginásio que moravam em Campinas e redondezas passaram a semi-internos. Então, a noite e nos finais de semana, os lugares deles ficavam vazios; foi algo triste. Outra decepção foi quando os Conselhos do Ginásio e Colegial se reuniram com os Ministros e veio a bomba: a missa não seria mais obrigatória diariamente. Quem não quisesse, podia faltar. E a “mágoa” maior foi que quando decidi sair (+Talpo+Massamitsu), saí, ninguém notou e nem havia alguém para dizer Adeus. Apenas avisamos o nosso responsável.
  • Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
Eu iria sim, porque acho que me dei bem, mas para aquele tridentino, não nesse modelo atual. Agora, não deixaria meu filho ir. Parece contraditório, mas não é. Está evidente que naquela época havia a certeza de nossos pais em estar doando um filho para Deus. Era algo levado mais a sério e havia toda uma confiança na estrutura da Igreja. Como eu, como pai, não tenho essa mesma convicção nos dias de hoje, fico arrepiado em pensar em meu filho, aos 12 anos, passando dias e noites dependendo de outras pessoas e tendo que se virar com seus problemas.
  • Quais as principais mudanças que a entrada (e/ou saída) do seminário provocou em você?
Como fiquei no SIC dos 12 aos 21 anos de idade, nem podemos dizer que houve mudança, mas como digo sempre, fui educado lá e todos os meus problemas e decisões foram tomados lá, como é dentro de uma família. Então, sou o que o SIC me fez.
  • Se dedica à Igreja Católica atualmente?
Dedicar também não é a palavra ideal, pois apenas freqüento as missas de sábado a noite. E só vou porque gosto de estar no recinto da igreja e meditar. Mas é uma barulheira!
  • Qual sua relação com a religião atualmente?
Entendamos Religião de duas maneiras. A primeira, quando vou à Igreja para participar dos cultos. Mas só vou à Missa e as vezes parece enfadonho algumas partes, que são meras repetições, como recitar o Credo. Algo tão importante, mas é tudo maquinal, creio nisso e creio naquilo e eu vou pensando se realmente creio, mas como todos passam rapidamente sobre isso, lá vou eu também. As leituras também são importantes, bem como a homilia comentando, mas todos dormem enquanto o padre fala. Duvido que alguém consiga repetir algo que ele disse, por isso eles só falam uns 10 minutos. ....
  • Como você compara a sua religiosidade daquela época com a atual?
Essa pergunta completa a de cima. Religiosidade seria a forma mística que todos temos ao apreciar a vida. Podemos não praticar nada, e dizem que falta a Fé, mas na verdade sempre desconfiamos que deveríamos crer em algo. E aquela forma pré estabelecida nos catecismos já ficaram para trás, e hoje estou cheio de perguntas e não me importo com a Fé. Se foi Deus quem me fez e tudo me dá, agradeço todo dia.
  • Como você compara a Igreja Católica daquela época com a atual?
Essa pergunta também completa o pensamento da anterior. Antes das mudanças que começaram nos anos 60, a Igreja conseguia manter nos corações de seus fiéis a idéia que éramos pecadores, mas Deus era de infinita bondade e nossa maior recompensa era nos assegurarmos, através de boas obras, que um dia nos recebesse junto a ele. E assim, as formas de manifestar isso, era erguer os olhos para o altar, era a meditação, a contemplação, a oração profunda e individual. Mas de repente, o altar se virou para o próprio povo, as mensagens passaram para apelos terrenos e surgiram novas “teorias” em prol da felicidade por aqui mesmo. E foi nessa trilha que surgiram as outras Igrejas que estão por aí, que mais parecem um consultório psicológico. Nada de querer encontrar Deus um Dia, lá no céu. E hoje, os amigos podem notar que há um grande conflito dentro da Igreja. Ainda estão vivos os últimos remanescentes da cultura tridentina. São ainda velhos padres e os Bispos que tentam manter um pouco de tradição. Mas não conseguem deter o avanço da nova geração de padres, que nem sabem como formá-los. Certo ou errado, verdade é que isso faz parte das mudanças do comportamento da Humanidade. Há uma velha Igreja desaparecendo e outra surgindo. Eu não faço parte dela.
  • O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
Como iniciador do grupo, acho ótimo e até gostaria que pudéssemos fazer mais....
  • Alguma sugestão?
Sim, que os amigos se sentissem mais a vontade para participar dos encontros, comentassem na internet , dessem idéias e colaborassem. Por exemplo, precisamos encontrar novos locais para encontros e organizar mais eventos para superar essa fase que chegamos após 10 encontros, que deixou tudo já meio passado. Já não temos mais todo tempo do mundo e se tivermos que fazer algo precisa ser agora.
  • Qual pergunta você gostaria de ter respondido e que não foi feita?
Qual a sua verdadeira religião? E eu responderia.... Corinthians!.... Brincadeira....rs...rs....
  • Há algum outro endereço na internet que tenha mais informações sobre você? Algum "link" que você queira divulgar?
Meu não tenho nada, mas nosso e quero reforçar, no site, estão todos os textos que escrevi e as fotos que me foram mandadas, em dezenas de álbuns e os vídeos dos encontros e agora a mais feliz das idéias que não foi minha, mas do JRRocha, que são essas entrevistas. A ação mais efetiva de comunicação entre nós.
http://sites.google.com/site/exsicampinas
  • Alguma mensagem especial aos outros ex-SIC?
Não temos mais expectativas de novos encontros até encontrar novas idéias. Isso não descarta a idéia de se fazer o tradicional almoço e bate-papo e que alguém lidere isso. Atualmente não temos planos para isso, pelo menos para esse ano.



Imagino que agora vocês conhecem melhor a sua personalidade. E perceberam que ele não aprecia a indiferença. Portanto, aos comentários.

Comentem a vontade, desde que não esqueçam de identificar-se no caso de comentar como “anônimo”.

Hoje encerramos a pesquisa sobre onde criar no nosso grupo de inte(g)ração. A próxima etapa é criá-lo no "facebook". Após a criação enviarei instruções por e-mail.

Até a próxima.

J.Reinaldo Rocha(62-67)

sábado, 4 de setembro de 2010

"Por tudo o que vivi, gostaria sim de reviver aqueles dois anos"

"Entrei no google procurando algo sobre o seminário. Li a entrevista com o Sibinelli. Lembrei-me que fui para o Sibinelli a pessoa que no seu ingresso coube a missão de lhe mostrar as coisas no seminário."

Foi assim que, recentemente, o entrevistado de hoje "descobriu" a comunidade ex-SIC.

Ele tem sido um comentarista assíduo das entrevistas dos colegas e pratica até hoje uma atividade iniciada no ex-SIC.

Qual é? Descubra lendo uma entrevista cheia de recordações marcantes. 

  • Quando entrou para o ex-SIC?
No ano de 1961.
  • De que cidade/paróquia?
Vinhedo, Paróquia Sant'Ana.
  • Por que entrou para o seminário?
Por incentivo do saudoso Monsenhor Favorino Carlos Marrone, dos monges beneditinos, saudosos, Dom Martinho, Dom Mathias e Dom Uldarico, bem como pela vida religiosa de meus pais, tios e avós.
  • Quantos anos tinha quando entrou?
10 anos e meio.
  • Quando saiu do ex-SIC?
No final do ano de 1962.
  • Quantos anos tinha quando saiu?
12 anos e quatro meses.
  • Por que saiu do seminário?
Eu tinha os estudos custeados no ex-SIC, pela Ordem de São Bento, pelo tempo necessário à conclusão das instalações do colégio dos beneditinos em São Paulo. Tal conclusão se deu para o ano letivo de 1963 e portanto teria que estar me transferindo para lá. Meus pais, principalmente minha mãe, acharam por bem que eu deixasse a vida do seminário, em virtude da minha tenra idade.
  • O que aprendeu no ex-SIC?
Foram tantas coisas. Organização, cuidado com as coisas, o privilégio de ter participado nos dois anos no coral do seminário, no primeiro ano sob a regência do então Pe. Celso Antonio Queiroz, hoje bispo emérito de Catanduva e no segundo ano, do então Pe. Hugo Antoniazzi. O gosto pela música com as consequentes participações em grupos corais são partes de minha vida desde lá, até os dias atuais. Ao lado de tudo isso a convivência com os colegas e superiores, o aprimoramento da vivência da fé, e como já citado a princípio... tantas outras coisas.
  • O que faltou aprender?
Se as propostas dos superiores para conosco não surtiram todos os efeitos na época, no decorrer da minha vida, com certeza foram aplicadas nas diversas situações que se me apresentaram.
  • O que fez depois que saiu? Estudou o que?
Concluí o antigo ginasial em ginásios estaduais, em Vinhedo e Valinhos. Fiz o curso de técnico em contabilidade na Escola Técnica de Comércio de Valinhos e a faculdade de ciências econômicas das Faculdades Anchieta de Jundiaí.
  • Qual sua trajetória profissional após a saída do ex-SIC?
Trabalhei por 1 ano e meio como contínuo numa agência bancária em Vinhedo. Por pouco mais de 5 anos numa indústria em Vinhedo exercendo diversas funções administrativas. Já na função de contador, trabalhei por 13 anos e meio numa rede de loja de departamentos em Valinhos. Por outros 11 anos e meio exerci a mesma função em uma indústria em Valinhos e Vinhedo. Atuei ainda como contador num estabelecimento hospitalar em Vinhedo.
  • Trabalha ainda?
Apesar de aposentado desde 1997, trabalho ainda, hoje no departamento de recuperação de créditos de uma rede de supermercados.
  • Casou? Tem filhos? Netos?
Tive a felicidade ímpar de me casar em 1977, portanto há quase 33 anos, com a Sra.Olinda Teresa. Tivemos três filhos maravilhosos... Antonio Luciano, Davi Fernando e Samuel Paulo, casados respectivamente com Kátia Aparecida, Aline e Adriana, igualmente maravilhosas. O Samuel e Adriana nos deram o Lucas Fernando, alegria de toda a família, que vai completar 2 anos no próximo dia 7 de Agosto.
  • Quais as recordações mais marcantes do tempo de ex-SIC?
As nossas participações nas missas da catedral; minhas participações como coralista nas cerimonias religiosas e festivas; os passeios que tínhamos periodicamente; a disciplina em todos os sentidos que nos era cobrada e que foi aplicada por toda a vida; o que nos era ensinado em termos de vivência de fé; os terços que recitávamos aos sábados ora em latim, ora em português em procissão ao redor dos campos e quadras, pelo claustro; o canto do "Lembrai-vos" que cantávamos depois da oração da noite... música tão linda quanto triste na sua composição em tom menor; as visitas de Dom Paulo de Tarso Campos.
  • Cite um personagem com que conviveu na época que o impressionou positiva ou negativamente.
Personagens que me impressionaram sempre positivamente foram tantos... seria impossível citar apenas um...os saudosos Monsenhores Bruno Nardini e Luiz de Abreu, Pe.Gaspar, Côn. Luiz de Campos (que saudade de suas histórias, das suas brincadeiras, dos brinquedos que nos fazia, dos jogos de pingue-pongue). Dos ex-colegas, como não citar o que "aprontava" o Fernando Benini; o "paternalismo" do Lúcio Rosa para conosco, alguns pirralhos que dele nos acercávamos nas raras ocasiões em que se permitia a "mistura" de menores, médios e maiores; o Duarte com seus "causos" de pescaria da sua Monte Mor... da sua canhotinha no jogo de pingue pongue: o caminhar compenetrado pelo claustro do hoje Côn. Veríssimo Sibinelli, ostentando sua batina diferente da nossa... uma cor que ia do vermelho ao roxo, pois servia o altar nas cerimônias da catedral; os colegas do coral... enfim, todos os demais com os quais convivi e que foram para mim muito especiais, e que de uma ou outra forma, me impressionaram positivamente.
  • Sobrou alguma mágoa? Qual?
Nada... tudo... tudo de bom.
  • Se voltasse no tempo iria novamente para o ex-SIC? Por que?
Por tudo o que vivi, gostaria sim de reviver aqueles dois anos. Talvez alguns mais seriam bem vindos. Foi muito bom estar lá.
  • Se dedica à Igreja Católica atualmente?
Continuo a me dedicar. Jamais deixei de dar ininterruptamente minha colaboração em tudo que pude no tempo em que morei em Vinhedo, na Paróquia de Sant'Ana. De 1981 até 1999, já morando em Valinhos, na Paróquia São Cristóvão, me dediquei muito em diversas pastorais. Por motivo que não vale a pena comentar, deixei de exercer atividades em pastorais. De 1999 a esta data me dedico às coisas da Sociedade de São Vicente de Paulo e na participação em grupo de canto.
  • Como você compara a sua religiosidade daquela época com a atual?
Era muito mais marcante pelo exemplo dos pais e dedicação dos sacerdotes. Pouco se exige dos jovens de hoje em termos de uma participação mais ativa em tudo que diz respeito ao crescimento espiritual.
  • Como você compara a Igreja Católica daquela época com a atual?
Existia por parte do clero maior presença na vida do povo de Deus. Atualmente existe uma abertura para a participação mais ativa dos leigos, a princípio pelo que lhes garante o múnus batismal e depois pela necessidade de se empenhar no acolhimento às necessidades do povo. Vejo com uma certa tristeza, para não dizer grande, por algumas vezes o menosprezo por tantos do clero. ante aos anseios do povo.
  • O que você acha dos reencontros com os ex-colegas do ex-SIC?
Nunca tive oportunidade de participar. Creio que tenham sido gratificantes.
  • Alguma sugestão?
De momento, não.
  • Qual pergunta você gostaria de ter respondido e que não foi feita?
Nossa... foi uma saraivada... está de bom tamanho. (risos)
  • Há algum outro endereço na internet que tenha mais informações sobre você? Algum "link" que você queira divulgar?
Nenhum a não ser o seguinte e-mail: fernando.crivellari@ig.com.br
  • Alguma mensagem especial aos outros ex-SIC?
Apenas mandar o meu abraço e me colocar à disposição para troca de correspondência através do e-mail acima.

José Fernando Crivellari


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Lembro que ainda está aberta a votação para a escolha da rede social mais apropriada onde criar o grupo de inte(g)ração do ex-SIC.

A participação, até o momento, está pequena mas esta será a última semana. Depois partiremos para a criação do grupo.

[]'s a todos e até a próxima

J. Reinaldo Rocha (62-67)