Veríssimo faleceu nesse dia 7 de novembro de 2013.
Comentários:
Ébene Paschoal Fagion
Deixa-me falar um pouco do Verissimo. Me é importante. Desculpem-me, nunca fui íntimo dele. Somente tive contato com ele no Seminário, apesar de convivermos vários anos pouco falamos mas sempre o via, distante de mim eu sempre o observava. Precisava admirá-lo de longe. Era o cara, de uma felicidade que transbordava. Nunca o vi amuado ou bravo, de cara amarrada. Queria ser padre e fazia tudo para exercer o sacerdócio com plenitude. Como se pode querer algo com tanta força. Lembro-me que de início no Grêmio Literário do Cônego Luis vi seu esforço em recitar algumas poesias. Ouvi-o dizer várias vezes que o dom da palavra era muito importante para o exercício do sacerdócio. Vi o Veríssimo se transformar num dos melhores oradores da Academia do Mons. Abreu. Ele fazia as coisas, as menores até, com uma vontade de se superar que inibia qualquer confronto. Jogava mal o futebol, mas tê-lo na própria defesa era garantia de um esforço sem limites. Fazia tudo com plena entrega. Aquela sua exuberância, que era discretíssima, eu a notava no seu sorriso e no brilho intenso dos olhos que me inibia, eu que sempre foi um tanto sonso. Os olhos sempre mais abertos que o necessário fixos em você.
Uma vez Mons. Abreu me nomeou crítico literário de uma noite de Academia em que o Verissimo discursou. "Quêdê" de me lembrar da sua fala. A "praxis" era entregar ao crítico os próprios trabalhos. Verissimo entregou um papelzinho de 10cm x 20cm. Era um lembrete apenas. Fiquei olhando para ele e ele rindo. Ele decorava tudo o que ia falar. Levava apenas uma poucas anotações e falava muita coisa de improviso. Ele me deu uma ideia que me salvou. "Fale um pouco da importância da arte da oratória para o sacerdócio." E saiu rindo... aquele sorriso quieto, silencioso, mas de uma alegria imensa. Era um rapaz feliz, muito feliz, eu vi.
Prezados
O Ebene descreveu o Veríssimo com extrema maestria, felicidade e perfeição. Parabéns Ebene pelos seus comentários.
Pensei que com o tempo e a idade eu já estava vacinado para receber noticiais assim. Ma vi que estava enganado. A noticia deixou-me muito triste, constrangido.
Sempre fiquei na expectativa de poder revê-lo algum dia. Nem mesmo sabia que ele tinha se ordenado padre. Quando através do ex-Sic fiquei sabendo que ele estava em Mogi-Mirim pensei: uma dia vou lá abraçá-lo.
Sem duvida, Verissimo era um fora de série, uma pessoa muito especial, diferenciada. Era unanimidade entre todos nós. Encantava a todos que com ele convivia ou mesmo os que apenas o conheciam
Tinha uma característica peculiar própria e diferente e que a todos encantava: sempre dócil, calmo, meigo, seguro, ouvindo a todos que com ele conviviam, mas dentro de uma solidez, seriedade, personalidade, que não afetavam o seu lado simpático, ou seja, sempre o tornava ainda mais querido e admirado por todos.
Verissimo não era de falar muito, mas o que falava era suficiente, marcante, incisivo e com sabedoria. Sabia plantar como ninguém. Ouvir como ninguém.Argumentar como ninguém. Cativar como ningem. Ser querido como ninguém.
Realmente como falou o Ebene, não jogava muito bem o futebol, mas no vôlei tinha uma força descomunal nos dedos que a todos impressionavam: era um forte no caráter e no corpo.
Quanto a falar pouco com ele como falou o Ebene, realmente isso ocorria no Seminario: tínhamos muitos momentos de silêncio nas filas, no refeitório, nas salas de estudo, nas aulas, na capela, no dormitório, nos retiros, etc... Mas foram essas situações que nos ajudaram a dar disciplina na vida.
Eu e Verissimo estivemos juntos nos tempos de coroinha na cidade de Amparo nos idos de 1954 a 1955. Vivemos todos os momentos na Sacristia, ajudando missas, nas escadas laterais da matriz, com Monsenhor Lisboa, Padre Tobias, íamos a quadra da cruzada onde os coroinhas se reuniam, etc. Conversamos muito. Éramos “grude-grude” . Era uma afinidade muito grande principalmente na religiosidade, na nossa vida de coroinha.
Fomos para o Seminário em 1956 e la também continuamos “grude-grude”, sempre conversando agora sobre a vida no Seminário. La era habito dar voltinhas de dois em dois ou mais nas alamedas, nos campos de futebol, nos momentos de lanches ou intervalos que tínhamos sem recreação e la estávamos eu Verissimo sempre juntos conversando.
Em 1959 deixei o Seminiario e um ano antes meus pais tinham saído de Amparo indo morar em Salto. Ai perdemos o contacto.
Não conheci e nem mesmo sabia que veio a ter um irmão no Seminario, com quem tive oportunidade de trocar um email com ele há uns oito meses atrás falando jusamente do Verissimo.
Terminando não sei o que falar. Não encontro palavras para descrever o que eu sinto, ou deixar mensagens bonitas como deixou o Gesse.
Uma vez uma amigo disse que a pior dor que sentiu na vida foi a cólica de rins. Disse que era algo insuportável.
No meu sentir, a pior dor da minha vida é a dor da saudade. É a que estou sentido agora.
Abraços a todos
João Vicentini
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Abaixo, nossa homenagem, através dos nosso arquivos.
Cliquem sobre o vídeo para vê-lo...
Depois, algumas fotos e
No final, deixo minha mensagem, para me unir ao Vademar/Luzia, as filhas e família no pesar por essa perda.
(Se o vídeo não funcionar, clique sobre o link abaixo:)
Essa foi a abertura do caderninho diário do Diário do Setor Rádio, que começou em 10 de novembro de 1961. Veríssimo foi um dos criadores, juntamente com o Sawaya. Veríssimo faleceu há 3 dias para completar 52 da criação desse evento. Esse caderninho todo está publicado em um blog especial, que pode ser acessado pelo nosso site.
Nas três fotos abaixo, vemos o Veríssimo, de camisa xadres, comemorando o Jornal O Recreativo, também um dos criadores. Na foto também o Pe.Vanim, falecido recentemente e, sentado, o Cláudio Battistuzi.
...e bons tempos de seminaristas, turminha de Amparo
-> Osnir Zóchio - J Reinaldo Rocha - Valdemar e J.Veríssimo Sibinelli
Ano de 2008, Veríssimo e Valdemar, a direita da foto, e todo o pessoal que foi ao VI Encontro ex-SIC, na chácara dos irmãos Sibinelli em Jaguariuna.
Grego - Mateus - Cutia - Lucio - Veríssimo e Aluizio
Há um erro na legenda da foto: Não é Fuzaro e sim Sebastião Costa....
Agora sim, temos o Fuzaro, falecido o ano passado (2012), de camissa escura, em primeiro plano. No centro da mesa, Wiziack e Veríssimo e à esquerda, Cláudi Gomes.
...e nessa foto, os irmãos Sibinelli, tendo entre eles o Cláudio Battistuzi, sendo observados pelo grande Aluizio de Oliveira.
Grego - Daólio - Rocha e José Veríssimo Sibinelli
Paulo Aurélio Venturoli - Veríssimo e Joaquim Orzari
....e a foto da turma da velha guarda....
em pé -> Chiavegatto-Marconcini (i.m.) - A.Orzari - Pessoto - Afonso - Benini - Daólio e Costa
Agachados - > Malagó - Battistuzi - Aluizio e VERÍSSIMO...
...e, para dizer Adeus e passar para História: o encontro histórico, no ex-SIC, na bela missa oficializada por D.Bruno e cinco padres. E aqui, o momento em que D.Bruno, apresentava o Cônego Veríssimo....
(publicado por Grego)
Quinta-feira a noite, dia 07 de novembro de 2013, quase 23 horas, dou uma passada na internet e fico sabendo do falecimento do Veríssimo.
Eu sei que muitos dos amigos ex-SIC, me consideram um tanto exagerado nesse meu apego ao passado do Seminário.
Não sou do tipo que consegue que um dia apague o outro e só toque a bola prá frente.
Sou o que sou e na certa não único, me perdoem os que não são como eu.
Por isso, o falecimento do Vero, não me passa apenas como um acontecimento fatal e fazer o quê?
Tenho esse hábito de considerar todo mundo que passou pelo Seminário, como se fosse meu irmão, mesmo que nem tenha sido da minha turma ou mesmo da época.
O Vero foi um desses, pois eu o conheci, em janeiro de 1965, durante uma semana que fizemos o vestibular para ser aceito no SIC.
Ele estava já no Ipiranga, mas acho que também tinha esse laço obscuro, como eu, que se fascina e se prende à alguma meio místico, como era, sentir-se bem no seio da comunidade. Então, ele, durante as férias, foi lá no Seminário, ajudar na seleção e preparação dos novatos.
Ajudou nos exames, participou dos eventos no auditório e no refeitório, ficava andando entre as mesas, mexendo com o pessoal.
Lembro-me, como se fosse hoje, no último jantar, cada um dos aprovados recebeu o famoso número, para identificar as roupas e eis que ele pedia em voz alto: Quem tem o número 58?
Era eu, meio assustado, ainda tudo me era estranho, e ele disse: - Esse foi meu número quando estudei aqui, vê se honra esse número ein? - e deu aquela sua gargalhada.
E, volta e meia, ele aparecia no SIC, e nunca me esqueci dele, até que nos reencontramos nos encontros, a partir de 2005.
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