domingo, 8 de dezembro de 2013

Feche os olhos e sinta...só você pode....é 1965




8 de dezembro
Festa da Imaculada
Padroeira de Campinas-SP

E em nossas lembranças, ainda olhamos para ela.







1965

Ainda havia uma grande comunidade com muitos eventos.
Dezembro era o mês de ir arrumando as coisas para serem guardadas...
Abandonar a carteira, companheira de todo um semestre.
Folhear os livros estudados durante o ano.
Reler, com graça, os cadernos de lições.
Acabada a semana tensa dos exames, a disciplina era afrouxada.
Que alívio!
Até a data da saída para as férias, muita conversa e lembranças de tudo o que aconteceu nas salas de aulas.
De volta à mente, as duras aulas e as exigências dos professores.
Os estudos em equipes, as pesquisas na biblioteca, as feiras de ciências, a luta para manter a média.
De volta, também, as sessões da Academia e Gremio, com toda aquela preparação de um evento especial.
O nervosismo dos escalados e as gozações dos amigos. 
A biblioteca e as dezenas de livros lidos, desde Julio Verne até Pe. Vieira.
De volta também, os shows e peças de teatro e os filmes, horas esperadas com ansiedade
 aos sábados.
A semana santa e as idas para a Catedral, inundando a sacristia de batinas negras.
As broncas do Cgo. Caran no dia da procissão de Corpus Christi.
O religioso horário do levantar religiosamente passando por frente do refeitório, sentindo o cheiro do café.
Mas as obrigações das orações e missa ainda eram prioritárias aos desejos da carne.
A barulheira das conversas no refeitório e os anúncios dos escalados para as funções semanais.
Os campeonatos de futebol de campo e depois os de salão, sempre muitos disputados.
As gincanas e as olimpíadas.
O abandonado campo de bocha, trocado pelo disputado espiribol.

E em dezembro, sentia-se os frutos de toda essa vida passado no ano: os amigos.
Mesmo os mais críticos do sistema, mesmo os que não ficaram por lá muito tempo, criaram laços de amizades, que ainda trazem nas lembranças.

Dezembro, despedia-se, e muitas vezes, era para sempre.
Nesses dias de relaxamento, em dezembro, aconteciam dramáticos momentos nas conversas.
Era difícil imaginar o novo ano sem o amigo, parecia que o Seminário ia ficar mais pobre.
Era difícil para quem se desligava, ainda que optara por isso, imaginar-se longe dos eventos do ano seguinte.

E assim, ano após ano, o Seminário foi empobrecendo a cada partida sem retorno.
Sem a comunidade e suas peripécias, virou um corpo sem alma.
Por fim, restou apenas um prédio, útil às outras coisas, mas com certeza, sentindo uma enorme falta daqueles dias de glória.


















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